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Pandemia e crise hídrica fizeram inflação estourar meta, diz BC

Encarecimento de commodities também contribuiu para elevar preços

12/01/2022 - 06h39

Agência Brasil

Vista do Banco Central, em Brasília (Foto: Agência Brasil)

A pandemia de covid-19, a elevação do preço global das commodities (bens primários com cotação internacional) e a crise hídrica foram responsáveis pela inflação estourar o teto da meta, justificou hoje (11) o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto. 


Por determinação legal, ele enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao CMN (Conselho Monetário Nacional) justificando a inflação oficial de 10,06% em 2021, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).


No ano passado, o IPCA atingiu quase o dobro do teto fixado pelo CMN. A meta de inflação oficial para o ano passado estava em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. O índice, portanto, poderia variar de 2,25% a 5,25%. Essa foi a sexta vez, desde a criação do sistema atual de inflação, em que o presidente do BC teve de justificar o descumprimento da meta.

“Os principais fatores que levaram a inflação em 2021 a ultrapassar o limite superior de tolerância foram os seguintes:


» Forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities;

» Bandeira de energia elétrica de escassez hídrica; 

» Desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais”, explicou o BC na carta.


Segundo Campos Neto, a grande parte da inflação alta em 2021 foi um fenômeno global impulsionado pela pandemia de covid-19. A doença afetou fluxos comerciais em todo o planeta, criando gargalos na distribuição de produtos. De acordo com ele, o fenômeno atingiu não apenas países emergentes, mas também economias avançadas.


“As pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem as mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia, com parcela proporcionalmente maior da demanda direcionada para bens”, escreveu Campos Neto. “De fato, a aceleração significativa da inflação em 2021 para níveis superiores às metas foi um fenômeno global, atingindo a maioria dos países avançados e emergentes.”

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