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Bagaço de cana gera quase 40% da energia elétrica consumida em MS

Entre janeiro e outubro de 2019, 13 usinas do estado disponibilizaram ao Sistema Interligado Nacional 2.262 GWh. 

17/01/2020 - 08h51

G1

Usinas de MS já moeram na safra 2019/2020 (Foto: Anderson Viegas/G1 MS)

Todas as 19 usinas sucroenergéticas de Mato Grosso do Sul produzem bioeletricidade a partir da queima do bagaço de cana-de-açúcar. Em 2019, 13 dessas indústrias exportaram o excedente dessa energia cogerada para o SIN (Sistema Interligado Nacional), disponibilizando entre os meses de janeiro e outubro, 2.262 GWh, de acordo com a Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia).


Essa quantidade de energia foi equivalente a 39,08% do que Mato Grosso do Sul consumiu em 2018, que, segundo o BDE (Banco de Dados do Estado), chegou a 5.788 GWh. A bioeletricidade produzida a partir do bagaço de cana e oferecida ao SIN foi 13,83% maior do que a demanda do principal segmento consumidor do estado, o residencial, que neste ano utilizou 1.987 GWh.


De acordo com a Biosul, a quantidade de energia cogerada e disponibilizada ao sistema entre janeiro e outubro de 2019, na safra 2019/2020, foi 2,7% maior do que ao do mesmo período do ano anterior, que foi de 2.202 GWh.


Como as usinas cogeram


O bagaço é a biomassa que sobra do processamento da cana-de-açúcar pelas usinas para a produção de etanol e açúcar. É considerado uma fonte orgânica e renovável. O que antes era um resíduo do setor se transformou em um insumo para fabricação de um terceiro produto, que ganha cada vez mais espaço no segmento, a bioeletricidade.


Ela é produzida a partir da queima do bagaço em caldeiras. O processo gera calor, que passa por uma turbina se transforma em energia mecânica, depois vai para o gerador e vira energia elétrica. A eletricidade move os motores das usinas, que são autossuficientes, e o excedente é disponibilizado pela maioria das plantas do estado ao SIN.


Safra de cana


Na safra 2019/2020, as 19 usinas sul-mato-grossenses moeram 44 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A quantidade é 4% menor do que no mesmo período do ciclo anterior e se deve, de acordo com o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, ao comportamento atípico do clima do estado.


“Tivemos um ano extremamente seco e duas ocorrências de geadas, que somadas à falta de chuva permitiu as unidades avançarem na moagem com maior velocidade, sem interrupção, chegando em dezembro com pouca cana a ser colhida”, explica.


Com esse volume de moagem, de abril a dezembro, a produção de etanol somou 3,1 bilhões de litros, volume 1,8% acima com relação ao mesmo período da safra passada.


Desse montante, 2,5 bilhões de litros são de etanol hidratado, o que representa 7% a mais que na mesma etapa do ciclo anterior, e 637 milhões de litros são de etanol anidro, que sofreu uma retração de 15% na mesma comparação.


A produção do açúcar permanece abaixo da registrada na temporada anterior. De acordo com a Biosul, foram produzidos 724 milhões de toneladas do alimento, uma diferença de 21%.

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