O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) prorrogou por mais 180 dias o afastamento do desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
A medida, segundo reportagem do G1, foi assinada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Luiz Campbell Marques, que apontou a gravidade das acusações como motivo para manter o magistrado fora de suas funções.
Rodrigues é investigado na operação Ultima Ratio, da PF (Polícia Federal), que apura um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Estado.
Ele está afastado desde outubro de 2024, quando a operação foi deflagrada. O prazo inicial havia se esgotado no começo deste mês, mas o CNJ decidiu estender a medida cautelar até que o STF (Supremo Tribunal Federal) se manifeste sobre o caso.
Na decisão, Mauro Campbell destacou que os indícios apontam para possível favorecimento em processos conduzidos pelo desembargador, com atuação de advogados ligados a ele e recebimento de vantagens indevidas por intermédio de terceiros. Para o corregedor, a permanência de Rodrigues no cargo poderia comprometer a credibilidade do Judiciário sul-mato-grossense.
A defesa do desembargador, feita pela advogada Thalita Paim de Lima, afirma que ele apresentou documentos e laudo pericial para comprovar a regularidade de seu patrimônio e sustenta sua inocência no processo.
Além de Rodrigues, outros três desembargadores também foram afastados na mesma operação: Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu Silva e Alexandre Aguiar Bastos.
Os prazos de afastamento deles também venceram neste mês, mas ainda aguardam definição do STF. O CNJ informou que, por tramitarem sob sigilo, não pode confirmar se haverá prorrogação das medidas aplicadas aos demais magistrados.