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Prefeitura tenta justificar IPTU mais caro e Adriane Lopes vira alvo de críticas

Executivo diz que não houve aumento real do imposto, mas moradores questionam impacto no bolso

Conjuntura Online
24/12/25 às 05h41
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O diretor-executivo da Sefaz (Secretaria Municipal de Finanças), Ricardo Viera. (Foto: Divulgação)

A chegada dos carnês do IPTU 2026 em Campo Grande desencadeou forte reação negativa entre moradores e colocou a prefeita Adriane Lopes (PP) no centro das críticas.

Contribuintes relatam surpresa com os valores lançados e afirmam que o imposto pesou mais no orçamento, o que tem gerado questionamentos públicos e cobranças diretas à gestão municipal.

Diante da insatisfação popular, a Prefeitura veio a público explicar os critérios adotados no cálculo do imposto e sustenta que não houve aumento real, apenas a correção monetária prevista em lei.

Segundo a administração municipal, o IPTU deste ano foi reajustado exclusivamente pela atualização monetária de 5,32%, correspondente ao índice do IPCA-E, utilizado para refletir a inflação acumulada no período.

De acordo com o diretor-executivo da Sefaz (Secretaria Municipal de Finanças), Ricardo Viera, a medida não representa elevação do imposto, mas uma recomposição inflacionária.

“A Prefeitura não alterou a base de cálculo dos imóveis. O que houve foi a atualização pela inflação, para manter o valor do imposto compatível com os custos atuais da cidade. Não existe aumento além disso”, afirma.

A Sefaz também destaca que a PGV (Planta Genérica de Valores) — base utilizada para definir o valor venal dos imóveis — não sofreu reajuste acima da inflação. Ainda assim, o órgão reconhece que, em casos específicos, o valor final do IPTU pode ter sofrido variação em relação a 2025, o que tem alimentado a percepção de aumento entre os contribuintes.

Um dos pontos citados pela Prefeitura envolve atualizações cadastrais. Nos imóveis edificados, por exemplo, mudanças como ampliação da área construída podem impactar diretamente no valor lançado. “Se a casa tinha 100 metros quadrados e passou a ter 150, o imóvel ficou maior e mais valorizado. Isso gera atualização no cadastro, mas não tem relação com aumento da planta de valores”, explica Viera.

No caso de terrenos, a variação pode estar ligada à existência de melhorias no entorno, como pavimentação, rede de água e esgoto, energia elétrica, escolas ou unidades de saúde. Esses fatores influenciam a alíquota aplicada, que pode variar de 1% a 3,5%, conforme a quantidade de infraestrutura disponível na região.

Cadastro Imobiliário

Outro ponto que gera questionamentos é o fato de algumas melhorias antigas só agora refletirem no carnê do IPTU. A Prefeitura argumenta que essas informações podem ser identificadas posteriormente, por meio de vistorias ou da modernização dos sistemas de cadastro imobiliário. Mesmo assim, segundo a Sefaz, a administração optou por não cobrar valores retroativos.

“Mesmo quando a melhoria aconteceu há anos, a cobrança passa a valer somente daqui para frente. Essa foi uma decisão para não onerar o contribuinte”, ressalta o diretor-executivo.

Além do imposto, a taxa de coleta de lixo também aparece como foco de críticas. A Prefeitura afirma que o reajuste foi apenas inflacionário, mas admite que, em alguns bairros, houve reenquadramento do perfil socioeconômico, com base em estudos técnicos realizados com apoio da FGV (Fundação Getulio Vargas) e dados do IBGE. Esse reenquadramento pode resultar tanto em aumento quanto em redução da taxa.

“A cidade muda ao longo do tempo. Há bairros que crescem, outros que se readequam. Esse enquadramento é técnico”, explica Viera.

Apesar das explicações oficiais, a percepção de aumento persiste entre moradores, especialmente em um cenário de orçamento doméstico pressionado. A Prefeitura orienta que o contribuinte confira detalhadamente o carnê do IPTU, comparando-o com o do ano anterior. Nele constam informações como valor venal do imóvel, área construída, alíquota aplicada e eventuais atualizações cadastrais.

“Ao fazer essa comparação, fica mais fácil entender se houve apenas a atualização pela inflação ou alguma mudança no cadastro”, orienta o diretor da Sefaz.

Enquanto a gestão municipal sustenta que não houve aumento real, o debate segue nas ruas e nas redes sociais, evidenciando o descompasso entre os critérios técnicos apresentados pela Prefeitura e a sensação de peso maior no bolso sentida pela população.

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