O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, defendeu nesta terça-feira o debate do fim da escala 6x1, e afirmou que existe uma “tendência mundial” de redução da jornada de trabalho.
Alckmin reforçou a posição manifestada durante a COP 29, no Azerbaijão, em novembro do ano passado. Segundo ele, o avanço da tecnologia propicia o debate pelo fim da jornada com seis dias de trabalho e um dia de descanso na semana.
— Estava representando o presidente Lula na COP 29 quando veio a pergunta sobre isso. Eu respondi e quero reiterar aqui, há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada de trabalho, é uma tendência mundial, porque cada vez mais com a tecnologia é possível fazer mais com menos gente — opinou o vice-presidente.
A declaração de Alckmin aconteceu durante participação em almoço com representantes da FPE (Frente Parlamentar Empresarial), em Brasília.
Para o vice-presidente, esse debate deve acontecer com participação do Congresso Nacional e sindicatos de trabalhadores.
— Em algumas alas da indústria a escala já não é mais 6x1, esse é um debate que na minha opinião que o Congresso deve discutir e com papel importante dos sindicatos, que devem analisar quais setores devem avançar mais, ou devem avançar menos.
Mulheres fora do mercado: mesmo com mais vagas, participação delas na força de trabalho não avança.
Prioridade do governo
A discussão sobre o fim da escala 6x1, ou seja, seis dias de trabalho e um de descanso, está travada na Câmara dos Deputados.
Na última quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mencionar o tema e disse que vai se empenhar para que o assunto seja discutido na sociedade.
— Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras — declarou o presidente em pronunciamento nas redes de televisão e rádio.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo, disse neste domingo que a a redução da jornada de trabalho será "uma de nossas prioridades junto ao Congresso Nacional".
"O debate sobre o fim da escala 6x1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado junto as comissões pertinentes, para envolvermos a sociedade e todos os setores abrangidos pelo tema. Queremos ouvir a todos(as)! Com diálogo e decisão política, é possível avançar sim. Mais empregos, desenvolvimento e mais justiça para os trabalhadores(as) é o que precisamos promover", escreveu, sem entrar em detalhes sobre como será o apoio do governo. (Com O Globo)