Integrantes do governo brasileiro estão em Nova Delhi para discutir a ampliação do Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-Índia. Em meio ao tarifaço, a delegação do Brasil considera a viagem uma oportunidade para diversificar a pauta de exportações e importações entre os dois mercados, considerada limitada atualmente.
Durante as reuniões bilaterais, os países abordaram a temas como certificado de origem eletrônico; barreiras comerciais para produtos como calçados, feijão, erva mate; investimentos; propriedade intelectual; cooperação em temas como energia e assuntos financeiros.
Os governos do Brasil e da Índia também trataram de questões multilaterais, como a reforma da Organização Mundial do Comércio, comércio internacional na COP30 e atuação nos BRICS.
A delegação brasileira foi liderada pela Secretária de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Tatiana Prazeres.
A comitiva também contou com representantes Ministério das Relações Exteriores e do o Ministério da Agricultura e Pecuária. Do lado indiano, as negociações foram liderada pelo Secretário de Comércio, Rajesh Agraw.
“Neste momento de turbulência no comércio internacional, Brasil e Índia reafirmam o objetivo de ampliar o fluxo comercial bilateral e diversificar a pauta de exportações e importações”, diz Tatiana Prazeres.
Na avaliação da secretária de Comércio Exterior, o encontro representou mais um passo na consolidação da parceria estratégica entre Brasil e Índia.
"Na ocasião, tivemos a oportunidade de tratar de temas estruturantes para a relação bilateral, como a ampliação do acordo Mercosul – Índia, assim como de barreiras a determinados produtos", diz Tatiana.
A viagem da delegação brasileira antecede a visita oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o MDIC. O ministro estará em Nova Delhi entre os dias 16 e 17 de outubro.
Em setembro, o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior aprovou a renovação do mandato negociador para ampliação do acordo com a Índia.
Atualmente, somente 14% das exportações brasileiras para a Índia estão cobertas pelo acordo. O tratado abrange 450 categorias de produtos, num universo de cerca de 10 mil, e prevê reduções tarifárias modestas, entre 10% e 20%.
Para o governo brasileiro, há margem para ampliar esse acordo, considerado de alcance limitado. O Brasil considera que há um grande potencial não explorado para aprofundar essa parceria. No ano passado, o fluxo comercial entre os dois países atingiu US$ 12,1 bilhões.
O Mecanismo de Monitoramento de Comércio Brasil – Índia foi criado em 2008, com o objetivo de dar tratamento ágil a aspectos específicos do comércio bilateral, removendo barreiras, além de avaliar conjuntamente formas de promover e diversificar o fluxo bilateral de comércio.
O plano de contingência anunciado pelo Brasil contra o tarifaço de Estados Unidos prevê ampliar e diversificar mercados, reduzindo a dependência das exportações brasileiras em relação aos Estados Unidos.
Entre as medidas consideradas pelo Brasil no eixo de diplomacia comercial e multilateralismo, está o avanço nas negociações de acordos com Emirados Árabes Unidos, Canadá, Índia e Vietnã. (Com CNN - Brasília)