O dólar inverteu o sinal positivo visto na primeira metade do pregão e fechouem queda nesta sexta-feira (23), cotado a R$ 5,64.
Investidores repercutiram os impactos do recuo do governo no aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre investimentos no exterior e monitoraram os desdobramentos da nova ameaça tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira (B3), opera em alta nos últimos minutos do pregão. Nesta semana, o índice chegou a bater um recorde, fechando aos 140 mil pontos pela primeira vez.
No Brasil, o destaque ficou com o anúncio feito na véspera pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento. As Pastas indicaram um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano e um aumento do IOF, inicialmente com o objetivo de arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano e R$ 41 bilhões em 2026.
O governo brasileiro vive o desafio de manter o crescimento do país e a população empregada, mas sem que a inflação dispare. O mercado considerou o bloqueio positivo, mas o relatório divulgado no mesmo dia mostrou que as despesas foram revisadas para cima e a alta do IOF foi considerada apenas mais uma medida paliativa.
Além disso, investidores interpretaram o aumento do IOF para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior como uma forma discreta de controle de capital, com o objetivo de conter a saída de dólares do país e, indiretamente, controlar o câmbio.
Por isso, horas depois, o governo recuou desse imposto específico sobre fundos de investimento, mantendo a alíquota zero nestes casos.
Na manhã desta sexta (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida foi revista após alertas de agentes do mercado financeiro, que apontaram que ela poderia "passar uma mensagem que não era a desejada pelo Ministério da Fazenda".
No entanto, mesmo após o recuo, o humor dos investidores não melhorou. A mudança foi lida mais como sinal de improviso e fragilidade política do que como correção de rota, o que aumentou ainda mais a incerteza sobre os rumos da economia.
No exterior, o foco ficou com as novas ameaças tarifárias de Trump. Nesta sexta-feira (23), o republicano anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos da União Europeia (UE) a partir de 1º de junho. A medida viria em resposta às barreiras comerciais e práticas consideradas desleais adotadas pelo bloco europeu.
Além disso, o presidente norte-americano também alertou a Apple que iria impor uma tarifa de 25% sobre a companhia para todos os iPhones vendidos mas não fabricados nos EUA.
A medida reacendeu os temores sobre as tensões comerciais globais e desencadearam uma nova onda de incerteza nos mercados financeiros.
O dólar caiu 0,27%, cotado a R$ 5,6460. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6455. Na máxima, a R$ 5,7446. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda americana fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,6614.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,13% na semana;
queda de 0,27% no mês; e
perda de 8,39% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa operava em alta nos últimos minutos do pregão.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,44%, aos 132.273 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
queda de 1,38% na semana;
avanço de 1,63% no mês; e
ganho de 14,12% no ano.
(Com g1)