O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quarta-feira (13), com os investidores à espera do anúncio do plano de contingência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para empresas afetadas pela tarifa comercial de 50% dos Estados Unidos, enquanto no exterior o foco segue em torno da perspectiva para o Federal Reserve.
Às 10h16, o dólar à vista subia 0,05%, a R$ 5,3916 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,36%, a 137.421,25 pontos.
Plano de contingência e tarifas
O destaque desta sessão será a apresentação pelo governo de uma medida provisória com linha de crédito de R$ 30 bilhões para ajudar empresas exportadoras afetadas pela tarifa dos EUA. Lula assinará a MP em cerimônia no Palácio do Planalto, às 11h30.
A expectativa pelo plano do Executivo tem permanecido na mente dos investidores desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor a taxa punitiva sobre produtos brasileiros em julho, o que ele concretizou na semana passada.
Ainda que julguem que o pacote é necessário para proteger o setor produtivo, agentes financeiros demonstram receios de que as medidas possam ter um impacto fiscal relevante ou servir como justificativa para que o governo abandone o compromisso com suas metas para as contas públicas.
A preocupação também cresce diante do fato de que o governo tem tido dificuldades em abrir canais para negociar com os EUA. Uma ligação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, que estava agendada para esta quarta-feira, foi desmarcada por Washington.
"Investidores seguem atentos às negociações com os EUA. O adiamento da reunião entre Haddad e o secretário do Tesouro mantém no radar o impacto do tarifaço sobre setores-chave. Ainda assim, observamos um ambiente externo mais favorável", disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.
Apesar dos temores com a questão comercial, o que provocaria uma aversão ao risco, o real tem conseguido recentemente acumular ganhos sobre a divisa dos EUA.
Na terça-feira (12), o dólar fechou em baixa de 1,06%, a R$ 5,3864, alcançando a menor cotação desde 14 de junho de 2024, quando havia atingido R$ 5,3812.
Juros nos EUA
Na esteira desse movimento estava a consolidação das apostas de que o banco central norte-americano terá espaço para cortar a taxa de juros a partir de setembro, após dados fracos de emprego e números moderados para a inflação ao consumidor.
Operadores já precificam totalmente que o Fed reduzirá os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, segundo dados da LSEG, com mais um corte da mesma magnitude precificado até a reunião de dezembro.
A perspectiva para a retomada do afrouxamento monetário no Fed tem pressionado a moeda norte-americana nas últimas sessões, uma vez que investidores estrangeiros tendem a considerar o dólar menos atrativo devido a quedas nos rendimentos dos Treasuries.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,25%, a 97,792. (Com CNN)