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Arlindo Cruz morre oito anos após AVC que o afastou dos palcos

Cantor deixa legado com mais de 700 composições e 3 mil gravações

Conjuntura Online
08/08/25 às 14h26
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Morre Arlindo Cruz aos 66 anos (Foto: Divulgação)

Morreu nesta sexta-feira (8) o sambista Arlindo Cruz, aos 66 anos, oito anos depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico que o afastou dos palcos.

O cantor, compositor e instrumentista é considerado um dos maiores nomes da história do samba brasileiro.

Natural do Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho começou a tocar cavaquinho ainda criança, influenciado pelo pai, Arlindão, que também era músico.

Ganhou projeção nacional ao integrar o grupo Fundo de Quintal, ícone da renovação do samba nos anos 1980.

Mais tarde, seguiu carreira solo e tornou-se autor de alguns dos sambas mais conhecidos do país, como O Show Tem Que Continuar, Meu Lugar, O Que É o Amor, Candura e Ainda É Tempo Pra Ser Feliz.

O sambista, que deixa mais de 700 composições gravadas e cerca de 3 mil registros como músico, gravou com nomes como Zeca Pagodinho, Maria Rita, Beth Carvalho, Alcione e Jorge Aragão. No Carnaval, era ligado a escolas como Império Serrano e X-9 Paulistana. Também marcou presença na televisão, especialmente no programa Esquenta, da TV Globo.

Arlindo Cruz sofreu o AVC que te deixou debilitado no dia 17 de março de 2017, quando se preparava para uma turnê. Passou um ano e três meses internado e, desde junho de 2018, vivia em casa, sob cuidados médicos e da família. Foi submetido a cinco cirurgias na cabeça e, nos primeiros anos, ainda apresentou alguns sinais de interação. Mas, segundo relato da esposa, Babi Cruz, sua condição neurológica se agravou nos últimos tempos.

“Hoje ele está bem dentro do mundinho dele, do universo dele. Bem distante”, disse Babi, em depoimento publicado na biografia O Sambista Perfeito, lançada em julho de 2025 pela Editora Malê. No mesmo livro, ela contou que Arlindo deixou de responder a estímulos, já não interagia e se comunicava com dificuldade. “A pele dele está toda preservada, sem nenhuma escara, mas a parte neurológica está muito profunda. Dói demais vê-lo assim”, disse na época.

A obra, escrita pelo produtor cultural Marcos Salles, reúne mais de 120 depoimentos de familiares e artistas como Maria Bethânia, Regina Casé, Zeca Pagodinho, Maria Rita e Marcelo D2. Ela também resgata episódios da infância do sambista, a passagem pela Epcar(Escola Preparatória de Cadetes do Ar), sua relação com o pai, que foi preso na ditadura, e a formação musical.

Mesmo recluso, Arlindo Cruz seguiu sendo reverenciado como símbolo de generosidade, ancestralidade e força do samba. “Se formos falar de superação, Arlindo Cruz é um negro e gordo, que foi pobre e venceu”, diz um trecho do livro. “Foi compositor, cantor, músico, pai, marido e uma alma cheia de música.”

Arlindo deixa a esposa, Babi, os filhos Arlindinho e Flora, e uma legião de fãs que seguirão celebrando sua obra. Informações sobre velório e sepultamento ainda não foram divulgadas pela família. (Com agências nacionais)

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