Michel Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, durante o primeiro mandato de Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (6), que os recentes acontecimentos do Brasil “chocam o mundo inteiro".
Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, ele argumentou que "todos os caminhos ao redor da censura da internet nos Estados Unidos parecem ter passado pelo Brasil”.
“À medida que observo o que acontece no Brasil nesse contexto de censura das mais altas Cortes e legislação de censura sendo aprovada e pressões pela censura sendo exercidas por várias camadas da mídia e legislativas, venho registrando a história do envolvimento do governo americano na censura de cidadãos brasileiro", afirmou.
De acordo com Benz, a administração de Biden interferiu na política brasileira.
“É bem conhecido que a administração do presidente Biden interferiu na política brasileira. Na primeira declaração conjunta de Biden e Lula, vemos uma discussão da relação entre Brasil e Estados Unidos, mas talvez o público não tenha notado a intenção de reforçar a resiliência social contra a desinformação”.
“Traduzindo: são ativos do Departamento do Estado americano. Dólares americanos para apoiar organizações no Brasil. Destacando que a polarização política e o declínio do discurso político, termos muitos nebulosos, servindo como justificativa, ou seja, uma confissão por parte do Departamento de Estado de financiamento de organizações de censura no Brasil.”, acrescentou.
Ele cita que os Estados Unidos chegaram a realizar uma reunião com o Comitê de Relações Exteriores americanas para condenar “as tratativas e ações corruptas do judiciário brasileiro”.
O requerimento para ouvir Michel Benz foi apresentado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara dos Deputados.
Ele aponta para “recentes denúncias sobre a atuação da USAID (Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional) no Brasil” que “suscitam preocupações acerca da nossa soberania nacional e integridade de nossos processos democráticos”.
“Há relatos de que a USAID, por meio do Consórcio para Eleições e Fortalecimento do Processo Político (CEPPS), estabeleceu parcerias com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para supostamente “enfrentar a desinformação e promover a integridade do processo eleitoral brasileiro”, argumentou no requerimento. (Com CNN)