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Novos radares reacendem polêmica da ‘indústria da multa’ na capital

A modernização do trânsito vai custar R$ 47,9 milhões — investimento que muitos acreditam render mais em multas do que em segurança

Conjuntura Online
28/10/25 às 11h05
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Prefeitura instala mais de 200 radares na capital. (Foto: Divulgação)

A Prefeitura de Campo Grande iniciou a instalação de mais de 200 novos radares eletrônicos em diversos pontos da cidade, reacendendo o debate sobre o aumento da fiscalização no trânsito e as queixas de motoristas, que acusam o poder público de manter uma verdadeira “indústria da multa” na Capital.

Os novos equipamentos fazem parte da nova fase do contrato com o Consórcio CG Segura, responsável pelo sistema de monitoramento eletrônico, que prevê 212 pontos de fiscalização.

A promessa oficial é de que o objetivo é “modernizar o controle de tráfego e ampliar a segurança viária”, mas nas ruas o sentimento é outro: muitos veem na medida uma forma de arrecadar mais, e não de educar.

De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), os radares estão sendo instalados conforme o cronograma e começarão a operar após 15 dias de período educativo, quando ainda não haverá multas — apenas orientações. Depois disso, as autuações voltam com força total.

A mudança marca o fim do contrato com o Consórcio Cidade Morena, liderado pela empresa Perkons S.A., que operava os equipamentos desde 2018.

O novo acordo com o CG Segura — que reúne as empresas Serget Mobilidade Viária Ltda, Mobilis Tecnologia S/A, Meng Engenharia Comércio e Indústria Ltda e Energy Tecnologia de Automação S/A — tem valor de R$ 47,9 milhões e validade inicial de dois anos, podendo ser prorrogado por até uma década.

Transição

Durante a transição entre os contratos, o sistema chegou a operar de forma irregular, o que resultou na suspensão judicial de cerca de 196 mil multas aplicadas entre 2024 e 2025.

Embora o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) tenha restabelecido a validade das autuações, mais de R$ 5 milhões em pagamentos seguem bloqueados judicialmente.

Agora, com o novo contrato em vigor, a Prefeitura promete “retomar a fiscalização plena” e garantir mais eficiência no trânsito. Mas, nas redes sociais, o tom é de revolta: muitos moradores afirmam que, com o custo de vida em alta, os radares se tornaram mais uma forma de penalizar quem depende do carro para trabalhar.

“Em vez de melhorar o asfalto e sinalizar direito, preferem colocar radar pra multar mais gente”, desabafou um motorista em um grupo local.

Enquanto o poder público fala em segurança e conscientização, boa parte da população vê a medida como punitiva e arrecadatória, alimentando uma velha discussão: afinal, os radares estão salvando vidas ou enchendo os cofres da Prefeitura?

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