Cansados da enrolação e do descaso da concessionária CCR MSVia, deputados estaduais levaram uma denúncia formal ao MPF (Ministério Público Federa) contra a empresa, que opera a BR-163 em Mato Grosso do Sul.
A rodovia, que corta o estado de Norte a Sul, atravessando 21 municípios, deveria estar totalmente duplicada, mas as obras pararam há anos, mesmo com a cobrança de pedágio em nove praças.
A representação foi entregue nesta semana pelo deputado Junior Mochi (MDB), em nome da Comissão Temporária da Assembleia Legislativa que acompanha a concessão da BR-163.
O documento pede que o MPF tome providências urgentes e acione judicialmente a concessionária, incluindo uma medida cautelar para barrar o novo leilão da rodovia, marcado para 22 de maio.
Entre as exigências dos deputados estão a realização de uma perícia técnica para saber quanto a empresa arrecadou e onde, de fato, investiu; o reinvestimento imediato em trechos urbanos mais perigosos; e a redução de 53,94% no valor dos pedágios. O principal pedido é que a CCR cumpra o contrato original e conclua a duplicação prometida, considerada essencial para reduzir os altos índices de acidentes e mortes na estrada.
“Estamos exigindo respeito com o povo sul-mato-grossense. Se a empresa não prova onde investiu, que devolva para a sociedade. Não dá mais para aceitar calote”, disparou Mochi, que destacou ainda a responsabilidade da CCR não só pelas multas contratuais, mas também por danos morais e materiais às vítimas de acidentes provocados pela má conservação da via.
A entrega do documento foi feita ao procurador-chefe do MPF em Mato Grosso do Sul, Pedro Paulo Grubits. A comissão da Assembleia já percorreu várias cidades do estado em audiências públicas, ouvindo moradores e lideranças locais que denunciaram os prejuízos causados pela má gestão da rodovia.