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Política

Mudanças para blindar parlamentares ganham força após motim

Grupo tenta aprovar mudança no foro privilegiado, por entender que isso tiraria processo contra Bolsonaro do STF

Conjuntura Online
08/08/25 às 11h25
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Hugo Motta é impedido de sentar em sua cadeira na Câmara (Foto: GloboNews/Reprodução)

Após a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, aliados do ex-presidente fizeram um motim no Congresso e ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado, por 36 e 47 horas, respectivamente.

Os bolsonaristas condicionavam o fim da ocupação ao avanço, de propostas que eles chamavam de “Pacote da Paz”.

Esse pacote incluía mudança no foro privilegiado para tirar do STF processos contra autoridades – o que, no entender do grupo, poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, segundo o blog da Andréia Sadi, a negociação para encerrar o motim envolveu, ainda um acordo para que o Congresso discuta a volta da exigência de licença prévia do Parlamento para que deputados e senadores possam ser processados.

Entenda as duas propostas abaixo

Mudança no foro privilegiado

A proposta visa a transferir os processos contra autoridades, como parlamentares e ex-presidentes, do STF para instâncias inferiores do Judiciário.

Regra atual: o foro privilegiado determina que autoridades como o presidente da República, vice-presidente, senadores, deputados federais e ministros de tribunais superiores sejam julgadas diretamente por tribunais de instância superior, como o STF, desde que os crimes tenham sido cometidos durante o exercício do cargo e em razão das funções desempenhadas.

Uma mudança recente, em 2025, ampliou esse entendimento: o STF pode manter a competência para julgar essas autoridades mesmo após o afastamento do cargo, desde que o crime tenha relação com o mandato.

O que mudaria: Se aprovada, essa PEC tiraria do Supremo a competência para julgar crimes comuns cometidos por autoridades durante o mandato, o que poderia levar os processos para juízes de instâncias inferiores. O foro tira os processos dessas instâncias para, entre outras coisas, evitar pressões dos investigados sobre o judiciário.

Licença prévia do Congresso para processar e prender parlamentares

Segundo blog da Andréia Sadi, líderes da oposição procuraram o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para costurar um acordo que pusesse fim ao motim e que incluía, também o restabelecimento da exigência de licença prévia do Congresso para que parlamentares possam ser processados.

Regra atual: Desde 2001, deputados e senadores podem ser processados sem necessidade de aval do Congresso. Após a denúncia ser recebida formalmente (e, portanto, o parlamentar virou réu), o STF deve avisar a Câmara (no caso dos deputados) ou o Senado (no caso dos senadores), que podem, com o voto da maioria dos membros, suspender o andamento da ação.

O que mudaria: A ideia, segundo o blog, é restabelecer a licença prévia para que um parlamentar só possa ser processado com aval do Congresso.

Ainda não se sabe como essa proposta seria discutida – se por meio de um novo texto ou de algum projeto que já tramita no Congresso – um deles foi apresentado em 2024.

Segundo o blog da Andréia Sadi, a expectativa dos líderes envolvidos nas negociações é que a proposta seja pautada já na próxima semana.

Como ficaram a anistia e o pedido de impeachment de Moraes?

Além das pautas que envolvem investigações contra parlamentares, os bolsonaristas exigiam, para encerrar o motim, o avanço da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e do impeachment de Alexandre de Moraes.

Anistia aos réus do 8 de janeiro

Os bolsonaristas querem que o Congresso aprove uma lei que conceda perdão a todos os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. A medida extinguiria as penas e os antecedentes criminais dos envolvidos.

O que mudaria: Caso aprovada, a proposta beneficiaria as pessoas já condenadas pelo STF, além de outras ainda investigadas. Entre acordos e condenações, 898 pessoas já foram responsabilizadas pelos atos golpistas até o início deste ano, segundo o Supremo.

Situação atual: Há uma série de propostas sobre anistia em discussão no Congresso, mas nenhuma delas foi pautada até o momento. Não há definição de qual texto seguiria adiante, mas o PL espera que ela seja aprovada em duas semanas, segundo o blog do Gerson Camarotti.

Impeachment de Moraes

Os bolsonaristas exigem, ainda, o impeachment de ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais relacionadas ao 8 de janeiro e à tentativa de golpe, na qual Bolsonaro é réu.

Situação atual: o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que o grupo obteve 41 assinaturas no pedido de impeachment de Moraes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou, entretanto, que impeachment de ministro do STF não é "uma questão meramente numérica, mas de uma avaliação jurídico-política que envolve justa causa, prova, adequação legal e viabilidade." (Com g1)

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