Diante da incerteza do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre sua candidatura à Presidência, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), intensificou, nos últimos meses, suas visitas a São Paulo.
Ele tem viajado à capital paulista em média duas vezes por mês para encontros com empresários, economistas e o setor financeiro.
Quem organiza seus encontros é o presidente do PSD e secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab.
Ratinho esteve, por exemplo, com dirigentes de três grandes bancos nos últimos meses.
As conversas passam pela "venda" da agenda liberal que ele implementou no Paraná. Por exemplo, um amplo programa de privatizações, concessões e ajuste fiscal, coroado pelo fato de o estado ser um dos únicos três a receber a nota máxima de Capag (Capacidade de Pagamento) pelo Tesouro pelo segundo ano consecutivo.
Os outros dois são Espírito Santo e Rondônia.
Passa pelo que considera ativos sociais de sua gestão, como a liderança do estado em indicadores educacionais. E finaliza com a defesa de uma agenda desse tipo para o país.
Rantinho Jr. também tem ampliado conversas com um grupo de economistas, como o ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro e Paulo Hartung.
Na política, ouve bastante o ex-ministro de FHC, Pimenta da Veiga.
No marketing, já houve consultas com Nizan Guanaes.
Quem convive com o governador diz que ele está bem posicionado para se lançar, mas que não é obcecado com a disputa presidencial, embora considere ser altamente competitivo pela sua popularidade no estado — a taxa de aprovação nas pesquisas internas supera 80% — e por carregar o nome do pai, o comunicador de TV há mais tempo em atividade no país.
Ratinho Jr. considera que já conseguiu posicionar seu nome na política nacional desvinculado do pai, mas não hesitará em viajar pelo país ao lado de Ratinho se, de fato, for disputar o Palácio do Planalto.
Parte da família apresenta resistências a um projeto nacional. O pai já teria relatado, por exemplo, a um interlocutor, medo do narcotráfico. (Com Blog do Caio Junqueira)