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Economia

Financiamento climático dobra no Brasil e chega a US$ 67,8 bi

Energia puxa alta, florestas seguem marginalizadas

Conjuntura Online
07/11/25 às 12h31
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Parque Heólico (Foto: Ari Versiani/Divulgação/PAC)

Um relatório lançado nesta semana pelo centro de estudos CPU (Climate Policy Initiative), da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), mostra que os investimentos em ações climáticas no Brasil mais que dobraram desde 2019, alcançando US$ 67,8 bilhões em 2023.

“No Brasil, a mobilização de financiamento climático é crucial para atingir objetivos climáticos e de desenvolvimento do país, promover maior adaptação às mudanças climáticas e redução das vulnerabilidades socioeconômicas”, diz Joana Chiavari, diretora de pesquisa do CPI/PUC-Rio.

A alta foi impulsionada pelos setores de energia e de AFOLU (Agropecuária, Florestas e Outros Usos da Terra). No setor energético, a expansão solar elevou os investimentos de US$ 9,5 bilhões, em 2020 e 2021, para US$ 22,4 bilhões, em 2022 e 2023. No caso de AFOLU, o volume quase dobrou, de US$ 14,9 bilhões para US$ 28 bilhões, no mesmo intervalo, com destaque para culturas sustentáveis, agrossilvicultura e pecuária.

Apesar da relevância climática, as florestas receberam só 1% do total. O investimento despencou de US$ 1,5 bilhão em 2019 para US$ 254 milhões em 2023.

“O baixo investimento no setor de florestas revela como o papel delas na agenda do clima ainda é uma oportunidade subaproveitada. Para avançar no combate às mudanças climáticas, as florestas precisam ser compreendidas como ativos centrais”, disse Juliano Assunção, diretor executivo do CPI/PUC-Rio.

As fontes domésticas responderam por 90% do total de investimentos mapeado entre 2019 e 2023. Fontes privadas foram responsáveis por mais de dois terços dos recursos em 2022 e 2023, com destaque para instituições financeiras, domicílios e empresas. No financiamento público, o governo federal e o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) lideraram, com média de US$ 6,6 bilhões e US$ 7,2 bilhões, respectivamente.

A parcela destinada à mitigação representou 79% do total, enquanto adaptação ficou em 7%, e objetivos duplos somaram 11%. Perdas e danos, embora ainda minoritários, cresceram: de US$ 0,2 bilhão, em 2019, para US$ 2,2 bilhões, em 2023. Em 2024, após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, atingiram US$ 8,1 bilhões.

Para o Climate Policy Initiative, o mapeamento cria uma linha de base para monitorar o alinhamento dos investimentos à agenda climática nos próximos anos, em meio à expectativa gerada pelo compromisso anunciado na COP29 de mobilizar US$ 300 bilhões até 2035 — e diante da estimativa de que o mundo precisará de US$ 1,3 trilhão para responder à crise. (Com ABr)

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