O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,09% em março, bem abaixo dos 0,32% de fevereiro, e foi ao nível mais baixo para o mês em 24 anos, segundo divulgou nesta terça-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No 1º trimestre, o IPCA acumulou avanço de 0,7%.
Segundo o IBGE, tanto a variação mensal quanto a taxa no acumulado nos 3 primeiros meses do ano representam o menor nível para um mês de março desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Em 12 meses, a inflação acumulada caiu para 2,68%, bem abaixo do piso da meta do Banco Central, que é de 3%. Trata-se também da menor variação em 12 meses até março. No acumulado em 12 meses até fevereiro, estava em 2,84%.
O IPCA de 0,09% ficou abaixo da previsão dos analistas do mercado. A expectativa de analistas era de alta de 0,12% em março, acumulando em 12 meses alta de 2,71%, segundo pesquisa da Reuters.
“Já estamos desde julho do ano passado com taxas abaixo de 3% para o acumulado nos 12 meses”, apontou o gerente da Coordenação de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves. Segundo ele, esta é a maior sequência do indicador em nível tão baixo da série histórica do IPCA. Situação semelhante só ocorreu entre agosto de 1998 e fevereiro de 1999.
A inflação perto de zero, com crescimento morno da economia e desemprego ainda muito elevado, mais do que justifica a continuidade da redução da taxa básica de juros, destaca o Blog do João Borges.
Diante da fraqueza da inflação, o BC já cortou a taxa básica de juros Selic para a mínima histórica de 6,5% e o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, repetiu que a Selic pode sofrer mais uma corte na reunião de maio do Copom (Comitê de Política Monetária), mas que a queda deve parar em seguida.