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OCDE projeta elevação na economia do Brasil e espera alta de 1,9% no PIB

Organização vê juros em 8,75% no fim do ano

02/05/2024 - 18h36

São Paulo 

Com Estadão Conteúdo 

Gastos das famílias devem ser principal motor do crescimento (Foto: Adriano Machado/Reuters )

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) melhorou a sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano, mas ainda vê desaceleração frente a 2023.


O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve ter alta de 1,9% em 2024, acima da estimativa anterior de aumento de 1,8%, conforme relatório do organismo internacional, divulgado nesta quinta-feira (2). No ano passado, o país cresceu 2,9%.


“Impulsionados pelo crescimento robusto do emprego, os aumentos do salário mínimo e a diminuição da inflação, espera-se que os gastos das famílias sejam o principal motor do crescimento, especialmente em 2024″, disse a OCDE no relatório.


A organização também melhorou sua expectativa à frente, quando vê a economia brasileira acelerando o passo. A OCDE estima que o PIB do Brasil cresça 2,1% em 2025, ante projeção anterior de 2%.


Mas a OCDE alerta que ainda há riscos de baixa para as projeções econômicas do Brasil.


Entre eles, maiores tensões geopolíticas e o crescimento mais lento na China – um importante parceiro comercial do país – poderiam atenuar a demanda externa, enquanto desequilíbrios fiscais representam ameaças de pressões inflacionárias.


Nesse sentido, o organismo internacional com sede em Paris, na França, reforça o coro quanto à importância de uma consolidação fiscal no Brasil.


“A chave para restaurar a confiança nas finanças públicas está no cumprimento da meta do resultado primário e na implementação do novo arcabouço fiscal“, afirma, no documento.


“Uma reforma mais ampla da política fiscal ajudaria a criar espaço fiscal e a melhorar a sustentabilidade da dívida”, acrescenta, mencionando benefícios com ajustes do lado das despesas e não apenas na maior captação.


De acordo com a OCDE, as incertezas quanto a recentes medidas fiscais e ainda pressões nas despesas de saúde e educação podem lançar dúvidas quanto à capacidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregar a meta de déficit primário zero prometida para este ano.


Ela prevê ainda que o endividamento do Brasil deverá aumentar ligeiramente, porque, no ritmo atual, o orçamento primário não é capaz de estabilizar o nível da dívida nos atuais 75% do PIB.

Inflação e juros


A OCDE espera que a inflação no Brasil continue convergindo para a meta neste e no próximo ano. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve recuar para 4% e 3,3%, respectivamente. Em 2023, foi de 4,62%.


“A tendência geral indica uma provável descida adicional da inflação ao longo do ano”, diz a OCDE.

Neste cenário de queda da inflação, a organização espera que a flexibilização da política monetária no Brasil continue ao longo de 2024. Por sua vez, as incertezas no cenário internacional manterão o investimento privado moderado ao longo do ano atual.


“À medida que a inflação diminui ainda mais, são esperados cortes adicionais nas taxas de juros, reduzindo a Selic para 8,75% até ao fim de 2024 e 8,25% até o segundo semestre de 2025”, projeta a OCDE.


O organismo internacional pondera, contudo, que o ritmo dos cortes na taxa de juro brasileira pode ser afetado por maiores incertezas internas como questões fiscais, que poderiam afetar a dinâmica do câmbio e da inflação.

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