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Dilma pede que igrejas cristãs se mobilizem contra o zika

Presidente se reúne com líderes religiosos no Planalto

10/02/2016 - 21h24

O Globo

A presidente Dilma Rousseff participa da reunião com representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Foto: O Globo)

A presidente Dilma Rousseff reuniu, nesta terça-feira, líderes de religiões cristãs no Palácio do Planalto para pedir que mobilizem seus fiéis na luta contra a epidemia do vírus zika.

 

Segundo representantes do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), como grande parte da população brasileira frequenta igrejas cristãs, haverá grande impacto no combate ao mosquito Aedes aegypti quando o assunto passar a ser tratado nas pregações de padres e bispos. De acordo com os religiosos, a presidente não tratou sobre o aborto em casos de microcefalia, problema associado ao zika.


— É preciso que as igrejas assumam seu papel social mobilizando seus fiéis para combaterem vários problemas ligados ao saneamento básico, mas, em específico, o combate ao Aedes aegypti — afirmou Joel Zeferino, presidente da Aliança de Batistas do Brasil.


O grupo de religiosos foi ao Planalto depois do lançamento, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Campanha da Fraternidade, cujo tema, este ano, é o saneamento básico.

O presidente do Conic, bispo Flávio Irala, da Igreja Anglicana, disse que Dilma também não se manifestou sobre a ameaça que o vírus zika representa ao turismo e às Olimpíadas.

— Não foi dito nada sobre isso. Espero que isso não aconteça — disse.


Irala reconheceu que o Brasil é deficitário na infraestrutura de saneamento básico, mas afirmou que há "grande vontade" deste governo em resolver o problema. Segundo ele, Dilma apresentou dados sobre grandes investimentos na área.


MICROCEFALIA: ABORTO DIVIDE IGREJAS CRISTÃS


Mais cedo, durante o lançamento da Campanha da Fraternidade, representantes das igrejas cristãs no Brasil se mostraram divididos quando questionados sobre o aborto em casos de microcefalia. Enquanto a Igreja Católica, por exemplo, é contra a possibilidade de interromper a gestação, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil ainda não tem posição formada, e setores da Igreja Batista acham que a mulher deve ter direito ao aborto nesses casos.


A microcefalia é uma malformação na qual os bebês nascem com a cabeça menor que o normal e, na maioria dos casos, leva ao retardo mental. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde mostram ligação entre a epidemia de microcefalia, que atinge principalmente o Nordeste, e o vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e da chicungunha.

 

Na sexta-feira da semana passada, a ONU (Organização das Nações Unidas) pediu que os países atingidos pelo zika permitam o acesso de mulheres à contracepção e ao aborto.

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