Maior palco do futebol goiano, o estádio Serra Dourada, que já recebeu diversos craques e partidas históricas ao longo dos últimos 50 anos, passará por grande reforma e será modernizado para voltar a receber eventos importantes a partir de 2028.
A reforma, que engloba toda a área do estádio e do Ginásio Goiânia Arena, será de responsabilidade da Construcap, empresa que venceu o leilão de concessão do Serra e ficará responsável pelo complexo nos próximos 35 anos. O investimento por chegar a R$ 1,5 bilhão.
Uma das mudanças mais significativas será o aumento da capacidade de público de 38 para 44 mil torcedores – 60 mil em dias de shows. As reformas incluem: nivelamento completo do piso do anel de circulação, ampliação de banheiros, catracas com reconhecimento facial e acesso contínuo em todo o anel.
Também serão criados mais de 60 novos camarotes (com destaque para instalações no nível do gramado, uma tendência inspirada na NFL trazida pela primeira vez ao Brasil), além de espaços no nível intermediário com suítes climatizadas e novos lounges, reformulação completa do setor de alimentação, que passará a contar com cozinhas industriais, novos bares fixos e restaurantes.
Histórico e abandono
O Serra Dourada foi inaugurado no dia 9 de março de 1975 e recebeu grandes eventos não só do futebol goiano. Grandes craques, como Pelé, Maradona, Ronaldo, Romário e outros jogaram no maior estádio de Goiânia.
O Papa João Paulo II visitou o estádio em 1991. Artistas como Paul McCartney e Guns N’ Roses também se apresentaram no Serra Dourada.
Carente de uma grande reforma, o Serra Dourada passou a ser pouco utilizado principalmente a partir de 2020. Os clubes, Atlético-GO, Goiás e Vila Nova, investiram em seus próprios estádios durante a pandemia e abriram mão do Serra.
O estádio recebeu jogos isolados e foi mais utilizado pelo Vila, que conquistou o título goiano no Serra Dourada em 2025. Mesmo assim, o Vila e os demais clubes da cidade optaram por seus estádios particulares na disputa do Campeonato Brasileiro.
Novo Goiânia Arena
O ginásio, que fica ao lado do Serra Dourada, passará por mudanças, principalmente tecnológicas para atender às principais necessidades de uma grande arena atual. Além disso, a estrutura arquitetônica será modificada para dialogar com o estádio e melhorar a acústica.
A infraestrutura interna será renovada com a criação de 29 camarotes no segundo pavimento, novas áreas de hospitalidade, cozinha industrial e abertura para entrada de caminhões, permitindo montagens robustas para eventos de modalidades esportivas como basquete, vôlei e futsal, além de grandes espetáculos musicais.
Criação de novo parque
Além do estádio e da arena, o projeto do Complexo Serra Dourada inclui uma nova configuração para o estacionamento do local, contando com quadras poliesportivas, equipamentos de ginástica e um parque linear com as maiores ciclovia e pista de corrida da cidade, com mais de 3 km de extensão, abertos ao público para uso diário.
— Com certeza é um projeto que preserva a história do Serra Dourada nesses 50 anos, mas ele vai muito além. Ele pensa no futuro, nas novas gerações, nas questões da resiliência climática. Eu tenho certeza de que a população vai ficar surpresa. Muito mais do que uma reforma de um estádio de futebol, nós estamos trazendo aqui novidades como o parque linear, o reflorestamento de uma área, uma homenagem ao bioma do Cerrado, — declarou Samuel Loyd, diretor comercial do Complexo Serra Dourada.
De acordo com a Construcap, os investimentos para a reforma começam em R$ 300 milhões e podem chegar a R$ 1,5 bilhão durante o andamento.
O Serra Dourada não será o primeiro estádio reformado pela Construcap. A empresa é responsável por grandes espaços esportivos e de entretenimento pelo país, como o Estádio Mineirão e o Parque Ibirapuera.
A previsão anunciada é de que as obras sejam iniciadas em maio de 2026, com conclusão prevista para o meio de 2028. (Com ge - Goiània)
