O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta terça-feira (24) que o "travamento absoluto do país" é péssimo para a saúde. Ele defendeu uma discussão a respeito do "lockout" que vem sendo promovido por governadores e prefeitos, apesar de dizer que "não é hora de apontar o dedo para ninguém".
"Esse travamento absoluto do país para a saúde é péssimo. Eu continuo precisando de pré-natal. De repente, estou lá cuidando de um vírus e cadê o pré-natal? Cadê a quimioterapia? Cadê o pessoal que está precisando fazer o diagnóstico?", disse a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto.
"Quando você para tudo é ruim para a saúde. Como faz para produzir o que precisa? Preciso de ventilador, preciso de algodão, preciso de máscara, eu preciso de aeroporto aberto."
Mandetta participou de teleconferências com governadores do Centro-Oeste e do Sul sobre a crise do coronavírus na manhã desta terça-feira, no momento em que diversos Estados levantam restrições à circulação de pessoas e ao funcionamento de empresas consideradas não essenciais.
"Não dá para você chegar e dizer o que é essencial e o que não é. Se você precisar de um mecânico para consertar o eixo da ambulância, o mecânico é a pessoa mais essencial naquele momento, porque sem ele não anda a ambulância", disse.
"O que não é fundamental? Essa é a discussão que tem que ser feita nessa hora. Nós somos uma grande engrenagem, em que um movimenta o outro", completou.
Mandetta disse ainda que "as pessoas, quando tomam medidas duras como essa de lockout, têm que saber muito bem o que estão fazendo".
"É uma medida que você toma em determinada circunstância, em determinada situação. E às vezes você tem que ver qual o tempo certo, o aviso com antecedência, como fazer, os aviso essenciais", afirmou.
Para o ministro, "não é momento de apontar o dedo, certo ou errado. É reconhecer rapidamente que algumas coisas funcionam rapidamente em determinado momento, como funcionam e como a gente pode adotar."
Segundo Mandetta, "os governadores já estão vendo que em alguns casos aceleraram, passaram do ponto, não estavam com as normativas".