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Sequelas psicológicas da pandemia preocupam especialistas de saúde

Efeitos da pandemia também atingem profissionais na linha de frente do combate ao vírus em hospitais da rede pública. 

25/05/2020 - 12h00

De Brasília 

Casos de depressão tendem a aumentar (Foto: Reprodução)

As mudanças no comportamento da sociedade em decorrência da pandemia do coronavírus, que obrigou a adoção de medidas de isolamento em escala global, preocupa especialistas de saúde, especialmente na área de psiquiatria e psicologia. 


A pressão provocada pelo distanciamento e o medo da doença afetam diretamente pessoas com quadros de depressão, ansiedade, pânico e distúrbios como a esquizofrenia. 


A sobrecarga emocional gerada pela virulência com a qual o vírus se espalhou pelo mundo afeta também os próprios profissionais de saúde, sobretudo os que estão na linha de frente dos hospitais e enfermarias, trabalhando sob forte tensão.


Um relatório divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta para os riscos de um aumento considerável de pessoas com problemas de saúde mental nos próximos meses. A agência recomenda aos governos o fortalecimento dos serviços de saúde por meio de mais investimentos no setor. 


“O impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já é extremamente preocupante”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. 


“O isolamento social, o medo de contágio e a perda de membros da família são agravados pelo sofrimento causado pela perda de renda e, muitas vezes, pelo emprego”.


A organização apresentou um estudo conduzido na Etiópia no mês passado. A pesquisa apontou um aumento de três vezes na prevalência de sintomas de depressão em comparação ao período anterior à pandemia. 


De acordo com a OMS, grupos populacionais específicos correm risco de desenvolver algum distúrbio psicológico relacionado ao Covid-19. 


Profissionais de saúde da linha de frente, confrontados com cargas de trabalho pesadas, decisões de vida ou morte e risco de infecção, são os mais afetados. 


Na China, a depressão atingiu 50% dos profissionais de saúde. 45% relataram sintomas de ansiedade e 34% descreveram sofrer de insônia. No Canadá, 47% dos profissionais de saúde relataram a necessidade de suporte psicológico.


No Brasil, um estudo coordenado pela Fiocruz apresentou resultados semelhantes. Já nas primeiras semanas de isolamento social, grande parte da população brasileira apresentou variações no estado de ânimo, revelou o levantamento, cuja primeira etapa foi divulgada na sexta-feira (22). 


Segundo o estudo, 40% disseram  sentir tristeza ou depressão e 54% relataram ansiedade ansiosos nervosismo frequente.


“Não esperava um percentual tão alto de pessoas que se sentiram tristes ou deprimidas, assim como das que se sentiram ansiosas ou nervosas”, afirmou a pesquisadora Celia Landmann Szwarcwald, do Icict/Fiocruz, coordenadora do trabalho, ao portal da Fiocruz. Mais de 40 mil brasileiros responderam a um questionário online, dando subsídios para a primeira etapa da pesquisa. Os dados foram coletados entre 24 de abril a 8 de maio. Com informações de Fiocruz, Cofen, OMS, Imperial College of London e agências internacionais.

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