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Política

"Cassems movimenta mais dinheiro que Dourados”, dispara sindicalista

Presidente da Abecams (Associação dos Beneficiários da Cassems), Jeder Fabiano, pediu a criação de uma CPI na Assembleia para investigar a entidade

Conjuntura Online
14/10/25 às 14h41
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Presidente da Abecams,Jeder Fabiano, fala na Alems. (Foto: Wagner Guimarães)

A Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul) movimenta mais dinheiro que a Prefeitura de Dourados, a segunda maior cidade do Estado.

A comparação foi feita nesta terça-feira (14) pelo presidente da Abecams (Associação dos Beneficiários da Cassems), Jeder Fabiano, durante sessão da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), ao pedir a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a gestão da instituição.

“Em Dourados, a prefeitura administra R$ 1,1 bilhão por ano. A Cassems, sozinha, movimenta R$ 1,3 bilhão. É mais do que uma cidade inteira. Por isso pedimos apoio desta Casa para a abertura da CPI”, declarou Jeder, que representa centenas de servidores públicos estaduais.

O sindicalista afirmou que os beneficiários enfrentam dificuldades de atendimento, falta de insumos médicos, negação de home care e atrasos em cirurgias, o que tem levado muitos a recorrer à Justiça. Ele disse que o pedido de CPI não é contra a instituição, mas pela transparência na aplicação dos recursos bilionários.

“Falo em nome de pessoas que vivem o descaso na pele. Queremos apenas garantir que o dinheiro dos servidores seja bem aplicado e que os serviços funcionem como prometido”, completou.

Críticas no plenário

O deputado Paulo Henrique (PL) fez duras críticas à administração da Cassems, questionando gastos milionários com publicidade e falta de clareza nas contas.

Segundo ele, há indícios de despesas elevadas em propaganda — cerca de R$ 5 milhões por ano, somando R$ 50 milhões na última década — enquanto surgem denúncias de atrasos em pagamentos de anestesistas e falta de próteses.

“A Cassems arrecada mais de R$ 1,3 bilhão por ano, sendo R$ 800 milhões descontados dos servidores e R$ 470 milhões de repasses do Estado. Mesmo com todo esse dinheiro, há reclamações e descontentamento. É preciso esclarecer para onde está indo tanto recurso”, disparou o deputado.

Paulo Henrique também defendeu que as assembleias online da instituição sejam gravadas e auditadas, alegando que beneficiários não conseguiram registrar voto contrário à atual administração. Ele sugeriu a criação de um projeto de lei que torne o processo mais transparente.

Defesa da instituição

Durante o debate, outros parlamentares saíram em defesa da Cassems. O deputado Paulo Corrêa (PSDB) citou pesquisa de satisfação que aponta 80,1% de aprovação entre os beneficiários e classificou as críticas como “injustas”.

“A Cassems é o melhor plano de saúde de Mato Grosso do Sul, com a melhor rede hospitalar do Estado. Essa tentativa de linchamento moral só faria sentido se o trabalho não estivesse sendo bem feito”, afirmou Corrêa.

O deputado Zeca do PT, que foi governador quando criou a Cassems, também fez questão de destacar o papel da instituição e a evolução do atendimento.

“Antes, os servidores eram humilhados, não conseguiam atendimento por falta de pagamento do antigo Previsul. Hoje, a Cassems é referência e administra dez hospitais. Estados vizinhos vêm conhecer nosso modelo de gestão”, lembrou o petista.

CPI ganha força

Mesmo com as defesas, o clima predominante na sessão foi de pressão e desconfiança. O pedido de CPI da Cassems apresentado pela Abecams deve agora ser analisado pela Mesa Diretora da Alems, com apoio de parlamentares que pedem auditoria detalhada das contas e maior transparência na gestão do plano de saúde dos servidores estaduais.

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