A senadora Simone Tebet (MDB-MS) será pré-candidata às eleições presidenciais de 2022. Será o primeiro grande partido —e possivelmente o único —com uma mulher na disputa, caso ela seja confirmada no pleito. A informação foi divulgada nas redes sociais pelo presidente nacional do partido e deputado federal, Baleia Rossi (MDB-SP).
Segundo ele, o nome será homologado no início de dezembro. "Desde março, tive conversas com
dirigentes nacionais e regionais do MDB. A conclusão geral é que precisamos de um nome do partido para
2022. Por isso iremos homologar Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto, na próxima reunião da
A pré-candidatura de Tebet está sendo discutida pelo MDB desde que a senadora ganhou destaque com a sua participação na CPI da Covid. Foi a senadora que convenceu o deputado Luis Miranda (DEM-DF) a revelar o nome do responsável pelo rolo do contrato de compra da vacina Covaxin.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Baleia Rossi ressaltou que o lançamento da pré-candidatura não significa automaticamente que Tebet concorrerá ao cargo nas eleições de 2022.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Baleia Rossi ressaltou que o lançamento da pré-candidatura não significa automaticamente que Tebet concorrerá ao cargo nas eleições de 2022.
Segundo o jornal, uma das possibilidades levantadas por aliados é que, caso João Doria (PSDB-SP) vença as prévias do PSDB, Tebet integre uma chapa como vice em uma eventual candidatura do atual governador de São Paulo.
Sigla tenta recuperar protagonismo
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), de 51 anos, é tratada internamente como uma peça fundamental nos planos da sigla, que busca resistir ao governismo e recuperar protagonismo para a corrida sucessória. Ela é cortejada por Sérgio Moro (Podemos) para compor sua chapa nas eleições presidenciais, mas o partido descarta aproximação com o ex-juiz.
O perfil arejado da parlamentar, a história familiar nas fileiras emedebistas e a atuação destacada na CPI da Covid fizeram a senadora ser vista como oportunidade de o partido renovar a própria imagem e de se
diferenciar no congestionamento da terceira via.
A cúpula emedebista quer chegar ao evento de lançamento, ainda sem data prevista, com a definição dos
nomes que vão liderar a estratégia de marketing e o plano econômico. Uma mulher deverá ficar a cargo das questões fazendárias —a economista Zeina Latif foi convidada. O detalhe importante para uma senadora feminista que não gosta de se autodefinir com o termo, mas milita nas pautas de gênero.
Tebet foi a primeira a liderar a bancada do MDB e a presidir a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Este é, sobretudo, um grande marco simbólico para o partido como um todo, que destronou a primeira
mulher presidente da República e formou um governo composto exclusivamente por homens brancos, na
maioria sêniores.
Entre correligionários, a avaliação é a de que Simone ajudará o MDB, e vice-versa. A senadora está
disposta a abrir mão da campanha à reeleição ao Senado, onde as pesquisas internas apontam boas
chances de reeleição, em contrapartida poderá ser o novo nome do partido para futuros arranjos e
influenciar os rumos da agremiação Por outro lado, ainda precisa superar desconfianças gerais cultivadas até entre colegas de plenário.
O MDB perdeu a vocação de concorrer ao Planalto e é conhecido pelo adesismo. Depois de Tancredo Neves, em 1985, só teve a cabeça de chapa duas vezes, com candidaturas frágeis. A de Orestes Quércia, em 1994, e a de Henrique Meirelles, em 2018.