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Enquadrado na Lei da Ficha Limpa, Lula ainda pensa nas eleições de 2022

A lei o impede de participar da próxima disputa eleitoral.

09/07/2020 - 17h55

De Brasília 

O ex-presidente Lula discursa durante evento em Recife, no dia 17 de novembro (Foto: Adriano Machado/Reuters)

O ex-presidente Lula ainda fala na possibilidade de disputar à sucessão do presidente Jair Bolsonaro em 2022 mesmo ciente de que está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que o impede de participar do próximo pleito. 


Quando questionado, em entrevista à rádio Gaúcha, sobre a possibilidade de uma reeleição em 2022, o presidente não quis descartar a possibilidade. 


“Não vou dizer que não vou concorrer. Acho que tem gente nova que pode ser candidato. Mas eu, embora 74 anos, estou me preparando para ter energia de 30, e às vezes, eu falo que também tenho muita vontade de recuperar a democracia neste país”, afirmou.


Na entrevista, o ex-presidente voltou a atacar o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, por sua conduta enquanto atuava à frente da Operação Lava Jato em Curitiba, que acabou condenando e prendendo o ex-presidente em abril de 2018 pelo caso do triplex do Guarujá. 


Segundo o petista, Moro teria “mentido o tempo inteiro” e “segue mentindo até hoje”.


"Eu desafio o Moro. Até vocês poderiam propor um debate dele com a acusação dele e eu a minha defesa. Quero provar que o Moro é mentiroso, foi falso, mentiu o tempo inteiro. Era necessário, e ele confirma isso depois que aceitou ser ministro. Ele excessivamente não aceita nenhum argumento que aceitamos. Levei 83 testemunhas e não valeu absolutamente nada (...) Quando Léo Pinheiro [ex-presidente da OAS] falou que ‘o Lula sabia’ foi a senha para ele me condenar. Ele não foi juiz, foi cabo eleitoral, mentiu e segue mentindo até hoje", declarou o ex-presidente durante uma entrevista à rádio Gaúcha na tarde desta quinta-feira (9).


Além das críticas a Moro, Lula também falou sobre o trabalho do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público. "O Moro é mentiroso e o Dallagnol um moleque irresponsável. O Moro deveria ter sido exonerado pela quantidade de mentira que ele colocou no processo. Eu não estou inventando, eu tenho o processo. O Dallagnol deveria ter sido exonerado porque passou duas horas me acusando sem provas", acrescentou o petista, referindo-se à apresentação em PowerPoint usada para explicar a denúncia contra Lula.


Lava-Jato foi transformada em “partido político”


O ex-presidente aproveitou para afirmar que graças a ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), sua sucessora, a Polícia Federal teve facilidade para atuar no combate à corrupção a partir da Lava Jato, tendo em vista que nenhum dos dois governantes jamais interferiu em suas ações enquanto presidentes. “Se alguém fortaleceu essa instituição fui eu”, disse.


Lula ainda citou que quando era presidente a PF chegou a fazer buscas na casa de seu irmão e que na época pensou em “chamar para conversar”, mas não o fez “para não dizerem que o presidente estava defendendo seu parente”.


"Transformaram a Lava Jato num partido político. Decidiram que era preciso tirar o Lula da eleição de 2018 porque o Papa Francisco e todo eleitor sabia que eu ganharia a eleição. Era preciso criar uma mentira", continuou ele.

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