Se as eleições presidenciais de 2026 fossem realizadas hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria dificuldade para vencer o segundo turno, segundo pesquisa da Futura Inteligência, empresa da Apex Partners, divulgada na noite de segunda-feira (27).
O levantamento mostra o presidente comunista tecnicamente empatado no primeiro turno com os principais nomes da direita e centro-direita, mas derrotado na maioria dos confrontos diretos no segundo turno.
O cenário desfavorável para Lula é reflexo do desgaste político acumulado ao longo do atual mandato.
Além da insatisfação com os rumos da economia e da gestão pública, o presidente enfrenta crises sucessivas — como o escândalo do desvio de recursos do INSS, que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados e pensionistas —, além do agravamento da crise institucional com o Congresso Nacional e o atrito diplomático com os Estados Unidos, que resultou na taxação de 50% sobre produtos importados.
Esses fatores contribuíram para elevar a rejeição ao governo e ampliar o distanciamento entre Lula e o eleitorado de centro e direita.
No cenário inicial, Lula aparece com 31,5% das intenções de voto, empatado com Michelle Bolsonaro (31,3%). Contra Tarcísio de Freitas, o petista tem 31,1%, enquanto o governador de São Paulo aparece com 34,9%. Já frente ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o resultado é 37,8% a 35,8% a favor do ex-chefe do Executivo.
Nos cenários de segundo turno, Lula perde em quase todos os confrontos simulados:
Jair Bolsonaro
: 46,9% x 41,3%
Tarcísio de Freitas
: 45,3% x 39,5%
Ratinho Júnior
: 43,4% x 38,9%
Michelle Bolsonaro
: 47,6% x 41,2%
O presidente vence apenas dois adversários: Romeu Zema (42% x 38,3%) e Ronaldo Caiado (40,3% x 38,6%).
Rejeição alta e pessimismo com o governo
O estudo revela ainda uma rejeição de 50,4% ao presidente. Além disso, 44,9% avaliam o governo como ruim ou péssimo, enquanto 32,9% o consideram ótimo ou bom.
A desaprovação geral da gestão chega a 53,8%, contra 40,7% de aprovação. Entre os entrevistados, 52,3% afirmam que o país está “indo para o caminho errado”, e apenas 35% acreditam que segue “no rumo certo”.
Direita segue forte, avalia analista
De acordo com José Luiz Soares Orrico, diretor político da Futura Inteligência, a pesquisa de outubro mostra leve redução na desaprovação ao governo, mas sem melhora perceptível na confiança do eleitor.
“A insatisfação com o rumo do país, o pessimismo econômico e o desgaste moral continuam predominantes. Em contrapartida, o campo da direita permanece forte e diversificado, com Bolsonaro ainda como principal referência simbólica, mesmo sem ser candidato, enquanto seus herdeiros políticos consolidam espaço e confiança”, afirmou Orrico.
O levantamento reforça que, mesmo com pequenas variações, Lula enfrenta resistência majoritária do eleitorado, enquanto a direita mantém capilaridade e competitividade para 2026. (ContraFatos)
