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Novo líder do governo defende distribuição de cargos

Ricardo Barros (Progressistas-PR) assumiu lugar de Major Vitor Hugo (PSL-GO) na Câmara, em consolidação da aliança de Bolsonaro com o Centrão

13/08/2020 - 09h01

De Brasília 

Deputado Ricardo Barros 17/10/2017 (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Novo líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR) defendeu a distribuição de cargos no governo para fortalecer a articulação no Congresso. Em entrevista à Rádio Eldorado, disse ainda que é preciso "enfrentar a corporação dos servidores públicos" para aprovar a reforma administrativa.


Barros assumiu o lugar do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), em um gesto do presidente Jair Bolsonaro que consolida a aliança com o Centrão. O cargo de líder do governo na Câmara dos Deputados é importante por ser a ponte entre o Palácio do Planalto e os parlamentares.


À Eldorado, Barros afirmou que "é absolutamente justo" que os partidos que deem governabilidade ao presidente tenham participação programática no governo. Questionado se a negociação passaria por cargos, o deputado afirmou que a articulação inclui a "coalizão de governo", uma vez que o presidente e seu partido têm apenas uma parcela de representantes no Congresso, precisando formar maiorias simples e qualificada para a aprovação de suas matérias de interesse.


"A nossa Constituição tem o presidencialismo de coalizão e é absolutamente justo que os partidos que vão dar governabilidade, que vão permitir o governo aprovar matérias que ele prometeu na campanha, tenham elementos de seu partido no governo, fazendo o programa de cada partido, é assim que funciona o Brasil", disse.


Inicialmente, segundo Barros, Bolsonaro tentou negociar diretamente com as frentes parlamentares. "Neste ano, desde fevereiro, iniciou uma tratativa com partidos políticos, com presidentes e líderes de partidos políticos, porque percebeu que as frentes parlamentares não tinham a condição de entregar a aprovação das matérias que o Brasil precisa."


O novo líder do governo na Câmara assume agora com a missão de melhorar a comunicação o Planalto e o Congresso, em um momento em que as tratativas para as principais reformas - a administrativa e a tributária - estão paradas. Segundo o deputado, para a reforma administrativa, o principal desafio será enfrentar os servidores de carreira.


"Claro que há sim uma grande resistência da corporação de servidores públicos que abduziu o Orçamento da União. Mas vamos enfrentar essa corporação, vamos enfrentar as dificuldades que aparecerem para que os brasileiros, em especial os contribuintes e aqueles que precisam do auxilio do Estado, sejam prioridade, e não a corporação dos servidores que levaram a grande vantagem nas discussões orçamentárias."


De acordo com Barros, a estratégia será direcionar a reforma administrativa para os servidores futuros, retirando os efeitos dos que já estão nomeados e são necessários para os procedimentos nas Casas Legislativas. 


"Quem escreve o documento para ser entregue ao Congresso? Servidores públicos. Nenhum papel tramita no governo sem o parecer técnico de um funcionário de carreira e sem o parecer jurídico de um funcionário de carreira. Os cargos comissionados não podem emitir esses pareceres. Então é natural que haja resistência desses funcionários em escrever algo que vai de encontro aos seus interesses", disse.

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