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PEC do quinquênio teria impacto 'severo' no orçamento, aponta parecer do Senado

O texto foi apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

23/04/2024 - 14h01

Brasília 

Com g1

Plenário do Senado da República (Foto: Ag. Seando )

Um parecer feito pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização E Controle do Senado aponta que a PEC do quinquênio – que turbina salários de juízes, promotores e servidores de outras carreiras – teria impacto "severo" nas contas públicas e poderia comprometer a prestação de serviços públicos.


O texto foi apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e concedia um aumento salarial de 5% a cada cinco anos de serviço para membros do Judiciário e do Ministério Público.


No entanto, o relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO), estendeu o benefício a:

ministros do TCU (Tribunal de Contas da União )

conselheiros dos tribunais de contas municipais e estaduais

defensores públicos

servidores da AGU (Advocacia-Geral da União)

procuradores dos estados e do DF

delegados da Polícia Federal


A proposta foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. No entanto, até aliados de Pacheco acreditam que ela não será aprovada em plenário.


Análise da consultoria


Segundo o parecer da consultoria do Senado, o impacto total da medida entre 2024 e 2026 chegaria a R$ 82 bilhões. Só para a União, se tivesse valido ao longo de todo o ano de 2024, o impacto seria de 5 bilhões, segundo a análise.


"Este valor equivale a 2,32 % de toda a despesa discricionária da União, ou seja, mais de dois por cento do total de recursos disponíveis para a execução de políticas públicas na esfera federal (exceto transferências de renda), concentrados em algumas dezenas de milhares de agentes públicos beneficiários que já dispõem de salários entre os mais elevados no universo de assalariados públicos e privados", diz o parecer.


"Ressalte-se que essa pressão sobre as despesas discricionárias vem agravar uma situação de risco concreto à prestação dos serviços públicos federais por redução do espaço fiscal para essas despesas, risco esse objeto de sucessivos alertas do Tribunal de Contas da União", continua.


Segundo a análise, "não é plausível" considerar que os reajustes poderiam ser concedidos apenas com os recursos já previstos nos orçamentos dos órgãos, porque seria necessário cortar outros gastos, o que poderia ter "impacto importante na capacidade de prestação dos serviços dessas instituições".


Já quanto aos estados, o parecer afirma que a medida representaria "uma significativa aproximação ao limite máximo [com gastos] de pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal, do qual já se encontram bastante próximos na maioria dos casos".


Sem tributação


Ainda segundo a proposta aprovada na CCJ, o reajuste chegaria até o limite de 35% da remuneração do servidor.


Pelo texto da PEC, o valor não seria contabilizado dentro do teto do funcionalismo público (atualmente em R$ 44 mil).


O acréscimo do salário para estas categorias valeria para os casos em que o servidor for impedido ou optar por não exercer a advocacia privada. Em todos os casos, o texto autoriza o pagamento do penduricalho a aposentados e pensionistas.


A proposta prevê ainda que a verba seja "compensatória", ou seja, não poderia incidir imposto de renda sobre a quantia. Segundo a análise do Senado, os cofres públicos deixariam de receber R$ 15,2 bilhões entre 2025 e 2026, pelo não recolhimento do tributo.

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