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Rodrigo Janot defende que Bumlai continue preso na Lava-Jato

Procurador-geral da República diz há o risco do pecuarista continuar cometendo crimes

27/09/2016 - 18h02

O Globo

Brasília 

O pecuarista José Carlos Bumlai no dia em que passou por exame de corpo de delito no Instituto Medico Legal, em Curitiba, ao ser alvo da Operação Lava-Jato (Foto: Arq. Ag. O Globo)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) recomendando que o pecuarista José Carlos Bumlai continue preso por tempo indeterminado por envolvimento no esquema de desvios na Petrobras. 


Bumlai está preso e recentemente foi condenado a nove anos e dez meses de prisão por gestão fraudulenta e corrupção passiva. A defesa queria que ele recorresse em liberdade, porque as investigações já estavam encerradas. No entanto, para Janot, ainda assim há o risco de Bumlai continuar cometendo crimes e tentar atrapalhar as apurações.


“O contexto nos quais cometidos os crimes, complexo sistema de corrupção, bem como a atuação do ora paciente, que atualmente responde por crime de obstrução da Justiça, indica que, caso posto em liberdade, voltará a delinquir, subsistindo, pois, risco concreto de que os mesmos delitos continuarão a ser praticados caso revogada sua prisão preventiva”, escreveu Janot.


“É dever do Estado impedir a continuidade de tais condutas mediante a adoção de ações positivas que sejam essenciais para coibir a continuidade das práticas delitivas, bem assim para a proteção do sistema jurídico”, completou.


O parecer de Janot será levado em consideração pelo relator da Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavascki, no julgamento do pedido de habeas corpus de Bumlai. O tribunal tem negado sucessivos pedidos de liberdade para o réu. Só neste mês, foram dois habeas corpus negados. 


A prisão de Bumlai foi determinada em novembro de 2015 pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava-Jato na primeira instância. Ele considerou que o investigado poderia interferir nas investigações e continuar cometendo crimes se não fosse preso. O pecuarista teria participado de suposto esquema arquitetado pelo ex-senador Delcídio Amaral para impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.


No parecer, o procurador-geral afirmou que, em julgamentos passados, o STF e o STJ (Superior Tribunal de Justiça) estabeleceram que “a prisão, embora excepcional, é admissível no caso de habitualidade e reiteração criminosa”. E completa: “É importante frisar que, no novo decreto da prisão cautelar, é induvidosa a existência de elementos posteriores e novos para a manutenção e, mais que isso, o reforço da necessidade da prisão cautelar”, anotou Janot.

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