Até sexta-feira (25), a Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande) encaminha ao Ministério do Trabalho e Emprego um projeto de fomento a economia solidária que abrange desde políticas de fomento, estruturação de uma cadeia produtiva e montagem de uma central de comercialização.
O presidente da Funsat, Cícero Ávila esteve semana passada com o ministro Manoel Dias, quando apresentou em linhas gerais o projeto orçado em R$ 4,5 milhões.
“O ministro foi receptivo, por isto vejo grandes possibilidades de ser aprovado”, comenta Cícero, que nesta audiência também garantiu a liberação de R$ 500 mil.
A verba estava bloqueada por falta de prestação de contas dos convênios de intermediação, treinamento e qualificação da mão de obra.
O foco deste projeto é estimular a economia solidária nos segmentos de artesanato; agricultura orgânica; prestação de serviços na área do embelezamento e reciclagem, fortalecimento da atuação dos catadores do lixo reciclável, com o foco em agregar valor ao que coletam.
“Por exemplo, ao invés de simplesmente vender a garrafa pet, queremos estruturar de forma cooperativa uma fábrica para produção de vassouras com material reciclável, reaproveitar o papelão”, explica Cícero.
Como parte desta política de estímulo à economia solidária se promoveram alterações nas regras do programa de microcrédito que a Prefeitura mantém desde 2002.
Uma das mudanças garante a concessão de empréstimos a cooperativas, empreendedores informais ou outras formas associativas de produção ou de trabalho, com prioridade para aquelas oriundas de programas de geração de emprego e renda do Município.
Outra prioridade da Funsat é fortalecer o programa de microcrédito, hoje comprometido por um elevado índice de inadimplência.
“Inicialmente este programa há 12 anos, com R$ 100 mil e ao término da gestão havia uma carteira de R$ 1 milhão, com 2% de inadimplência. Hoje, com mais de R$ 1 milhão emprestados, a inadimplência é de 52%. Esta situação decorre, na avaliação de Cícero, de “erros no processo de análise e concessão dos créditos”.
Para reverter esta situação, deve ser iniciada uma campanha de renegociação destes débitos em atraso, reformulação das linhas de crédito e oferecer treinamentos no Sebrae aos operadores. “Vamos melhorar as condições de trabalho, motiva a equipe”, afirma.