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Problemas climáticos devem reduzir produtividade e qualidade do trigo

20/10/2014 - 19h54

Canal Brasil

Paraná está com 65% da safra colhida (Foto: Divulgação )
Os problemas climáticos enfrentados pelo Rio Grande do Sul e Paraná devem reduzir o volume da safra de trigo do país neste ano. A estimativa inicial de mais de 7,5 milhões de toneladas não deve se confirmar e há também previsão de queda na produtividade e na qualidade. 

Os níveis de importação também vão ser menores. As constatações foram apresentadas nesta segunda, dia 20, em Foz do Iguaçu (PR) durante o 21° Congresso Internacional do Trigo, que reuniu 500 participantes.

O Paraná, principal estado produtor, está com 65% da safra colhida e deve atingir 3,9 milhões de toneladas neste ciclo. De acordo com o gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná, Flávio Turra, parte da safra foi comprometida, mas se não chover mais a safra deve ser boa e a importação deve ser menor do que em anos anteriores.

– Neste período, foram comprometidos algo em torno de 10% da safra, porém em diferentes níveis de comprometimento. A média histórica do Brasil é em torno de 5 milhões de toneladas. Devemos produzir algo em torno de 7 milhões. Se nós tivermos a confirmação dessa colheita, nós vamos importar menos, porém há ainda algumas dúvidas em relação à colheita no Rio Grande do Sul – afirma Turra.

O Rio Grande do Sul colheu 2% da área. A situação no Estado é preocupante. Cerca de 40% das lavouras foram atacadas por doenças fúngicas como a brusone e a giberela, ocasionadas pelo excesso de chuva. A estimativa era de um volume de 3 milhões de toneladas, mas uma quebra de 10% a 15% já é considerada pela Farsul (Federação da Agricultura do Estado).

A qualidade do grão produzido no Brasil foi um dos principais temas debatidos no Congresso. O trigo tipo pão, principal demanda da indústria, está aumentando, segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo). No Rio Grande do Sul, a produção está em torno de 20%, no Paraná, 25%. Apesar disso, a média nacional se restringe a 30%.

– Isto está aumentando, mas é um esforço que vai levar alguns anos, porque estamos diante de uma nova realidade. Com um consumidor mais exigente, na medida em que os produtores avançarem eles vão ser os maiores beneficiados porque vão ter melhor remuneração pelo trigo que produzem – diz o presidente da Abitrigo, Sérgio Amaral.

A estimativa é de que o Brasil colha 7,6 milhões de toneladas de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Apesar dos problemas de produtividade e qualidade da safra, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, acredita que a importação de trigo deve ser menor.
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