O doleiro Alberto Youssef, preso desde março em Curitiba (PR), disse em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula tinham conhecimento do esquema de desvio de recursos na Petrobras, de acordo com reportagem publicada pela "Veja".
Segundo a revista, o doleiro –que fez um acordo de delação premiada com as autoridades para tentar reduzir as penas a que está sujeito pela participação no esquema– disse na última terça-feira (21) ao delegado que presidia o interrogatório que o Planalto sabia de tudo que acontecia na estatal. "Mas quem no Planalto", teria perguntado o delegado, de acordo com o relato da revista. "Lula e Dilma", teria respondido Youssef.
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, havia revelado em depoimento ao Judiciário que 3% do valor dos contratos da estatal com empreiteiras eram divididos entre o PT, o PMDB e o PP –partidos responsáveis pelas indicações dos membros da diretoria.
No dia 16 de outubro, a Folha revelou que o ex-diretor da Petrobras citou o senador Sérgio Guerra, morto em março deste ano, no seu acordo de delação premiada (esse já homologado, ao contrário do de Youssef) como beneficiário de propina para esvaziar a CPI da Petrobras, no final de 2009. À época, Guerra era presidente do PSDB.
A CPI da Petrobras começou e julho de 2009 e acabou em dezembro sem comprovar nenhuma das suspeitas de desvios e superfaturamento que surgiram quando a comissão foi instalada, em março daquele ano. Guerra (PSDB-PE) e outro senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR) deixaram a CPI no final de outubro dizendo que o rolo compressor do governo barrava investigações sérias.
Segundo Costa, o então presidente do PSDB recebeu R$ 10 milhões para usar na campanha eleitoral para deputado federal em 2010. O tucano foi eleito como o sexto mais votado em Pernambuco.