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Com 55% dos votos, Escócia rejeita independência

19/09/2014 - 09h09

Terra

(Foto: Divulgação)
Em referendo histórico, 55% dos escoceses votaram contra a independência do país em relação ao Reino Unido. Mais de 3,6 milhões, dos 4,3 milhões de eleitores registrados, compareceram às urnas, um recorde em relação a todas as eleições já realizadas no Reino Unido desde o sufrágio universal, em 1918.

A campanha Sim, Escócia - a favor da independência - ganhou em cidades importantes como Glasglow (53%), Dunbartonshire (54%), Dundee (57%) e North Lanarkshire (51%). A campanha Melhor Juntos - que defendeu a continuidade da união - venceu em 26 regiões, incluindo a capital, Edimburgo (61%).

A votação foi concluída às 22h (18h no Brasil) desta quinta-feira, e a apuração avançou pela madrugada. Por volta das 5h (1h no Brasil), com a maioria dos votos contabilizados, já era possível prever o resultado. 

Militantes pró-independência, que fizeram nos últimos quatro meses uma das mais apaixonadas campanhas já vistas no Reino Unido, demonstraram sua frustração em diversas partes da Escócia. Muitos pareciam não acreditar nos números. Alguns choraram.

O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, principal líder da campanha separatista, foi o primeiro a se manifestar. Em discurso emocionado, agradeceu a 1,6 milhão de pessoas que votaram a favor da independência e pediu que eles aceitem o veredito democrático. Salmond disse esperar que o governo britânico cumpra rapidamente suas promessas de garantir mais poderes ao povo escocês.

Cameron garante mais autonomia

O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, garantiu nesta sexta-feira que cumprirá em sua "totalidade" a promessa de entregar mais autonomia à Escócia após o referendo sobre a independência realizado ontem.

Em declaração perante a residência oficial de Downing Street, Cameron disse que os partidos britânicos cumprirão com a transferência de mais poderes à Escócia em matéria fiscal e do estado de bem-estar e confiou em contar já no próximo mês de janeiro com a legislação correspondente.

O primeiro-ministro britânico também expressou sua satisfação pela decisão do povo escocês de manter juntas as "quatro nações", após a vitória do "não" no referendo.

Cameron comentou que o "resultado foi claro" e é uma "oportunidade" de mudar a forma como o país é governado.

"Agora é o momento de nosso Reino Unido se unir e seguir adiante. Uma parte vital disso é um acordo equilibrado, justo para a população da Escócia e, o que é importante, para todos na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte também", acrescentou.

O primeiro-ministro defendeu sua decisão de aceitar a realização da consulta uma vez que o SNP (Partido Nacionalista Escocês), de Alex Salmond, tinha obtido uma expressiva vitória nas urnas nas eleições escocesas de 2011.

Cameron disse que não podia bloquear a convocação desse referendo porque é um "democrata" e era "correto respeitar" a vontade da população da Escócia.

O primeiro-ministro britânico considerou que, da mesma forma que a Escócia terá mais poderes, as outras três nações que formam o Reino Unido também deverão ter "voz" sobre suas competências.

"Os direitos destes eleitores devem ser respeitados, preservados e aumentados. É totalmente correto que um novo e justo acordo com a Escócia esteja acompanhado por um novo e justo acordo que se aplique a todas as partes de nosso Reino Unido", disse.

Dessa maneira, Cameron explicou que há propostas para que a Assembleia de Gales tenha mais poderes e considerou que será preciso trabalhar para que as instituições norte-irlandesas funcionem de "maneira efetiva".

"Escutamos a voz da Escócia e agora milhões de vozes na Inglaterra também devem ser escutadas", comentou. Para isso, ressaltou Cameron perante a porta de Downing Street, pediu ao ex-ministro de Relações Exteriores William Hague que elabore planos para que estes poderes sejam considerados.

Cameron também admitiu que teria ficado com o "coração partido" se tivesse acontecido uma partilha do Reino Unido. "E sei que este sentimento é partilhado pelas pessoas, não só de nosso país, mas também do mundo, pelo que conseguimos no passado e pelo que podemos fazer no futuro", opinou.

Com informações da EFE e Agência Brasil. 
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