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Blitz viram tormento em Campo Grande e alimentam 'indústria da multa'

Mais de 5 mil veículos são abordados em operações do Detran em MS durante o mês de agosto

Conjuntura Online
06/09/25 às 08h48
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Agente durante blitz em Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Quem sai para trabalhar cedo, levar os filhos na escola ou simplesmente atravessar a cidade em Campo Grande tem se deparado cada vez mais com um cenário que já virou rotina: blitz em todas as esquinas.

O que deveria ser uma ação de segurança acabou se transformando, na visão de muita gente, em um verdadeiro tormento – e há quem chame de “indústria da multa”.

O Detran-MS divulgou que, só em agosto, foram realizadas 12 operações da Lei Seca em diferentes cidades, além de patrulhamentos de rotina.

No total, 5.349 veículos foram abordados e 4.880 motoristas sopraram o bafômetro.

O saldo oficial aponta apenas duas prisões em flagrante por embriaguez, mas dezenas de condutores foram autuados por irregularidades diversas, muitas vezes relacionadas a documentos atrasados.

Um dos pontos mais polêmicos é o impacto no dia a dia. “É blitz atrás de blitz. Parece que a cidade virou um caça-níquel, e quem paga é sempre o trabalhador apressado, o pai de família com carro simples”, reclama um motorista que passou por duas operações em uma mesma semana.

Casos emblemáticos

Apesar das críticas, as ações também revelaram situações graves. Em Aquidauana, os agentes flagraram um veículo dublê conduzido por um homem com 74 passagens policiais e mandado de prisão em aberto. Em Naviraí, uma Hilux com restrição judicial tentou fugir, mas acabou apreendida em uma propriedade rural. Já em Dourados, um Honda Fit foi parado com R$ 98 mil em débitos acumulados, sendo R$ 95 mil apenas em multas.

Segurança ou exagero?

A pergunta que fica é: até que ponto a onda de blitz garante segurança e em que momento passa a se transformar em instrumento de arrecadação? Especialistas lembram que a fiscalização é necessária e que motoristas alcoolizados ou sem habilitação colocam vidas em risco. Mas, para a população, a sensação é de sufoco e perseguição.

Entre o discurso oficial de segurança e a experiência de quem enfrenta filas e paradas constantes, a conclusão é uma só: em Campo Grande e em várias cidades de MS, dirigir virou sinônimo de tensão – tanto pelo risco de acidentes quanto pelo medo de esbarrar em mais uma multa.

Tocaias

Além das grandes operações, os motoristas reclamam que os agentes também montam verdadeiras “tocaias” em esquinas e cruzamentos movimentados, de olho em detalhes como o uso do cinto ou o celular na mão. Há relatos de pessoas que foram multadas mesmo paradas no semáforo, o que alimenta ainda mais a percepção de que a fiscalização virou caça ao bolso do cidadão.

“É claro que ninguém defende dirigir sem cinto ou falando ao celular, mas o que está acontecendo em Campo Grande passa do limite. Parece que a intenção não é educar, e sim arrecadar. O motorista fica com a sensação de estar sendo vigiado o tempo todo, pronto para ser ‘presenteado’ com mais uma multa”, desabafou outro condutor.

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