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Morre em Curitiba, aos 99 anos, o escritor Dalton Trevisan

Ele é considerado um dos maiores contistas contemporâneos do Brasil e conhecido como o vampiro de Curitiba

Com O Globo  - Rio de Janeiro 
10/12/24 às 07h50
O grande escritor curitibano Dalton Trevisan (O Globo)

O paranaense Dalton Trevisan, um dos maiores escritores brasileiros do século XX, morreu nesta segunda-feira, 9, aos 99 anos. A informação foi confirmada pela agente do autor.

Conhecido pelo apelido de "Vampiro de Curitiba", ele morreu em casa. Segundo a agente, informações sobre a causa da morte e o velório do autor não foram reveladas para manter a privacidade.

Nascido em Curitiba, no Paraná, em 14 de junho de 1925, filho de um proprietário de fábrica de vidros, Trevisan se destacou no gênero conto. Em suas quase oito décadas de carreira, venceu todos os grandes prêmios da literatura brasileira (Jabuti, Machado de Assis, Biblioteca Nacional) e lusófona (como o prestigioso Camões, pelo conjunto da obra, em 2012). Entre 1945 e 2023, publicou cerca de 50 obras.

Em 2025, ano de seu centenário, a Todavia passará a publicar toda a sua obra. Além disso, a editora prepara também uma antologia de contos, organizada por Felipe Hirsh e Caetano Galindo. O livro será lançado em junho e ainda não tem título.

O apelido "O Vampiro de Curitiba" surgiu por conta de um de seus personagens, que aparece pela primeira vez em uma obra homônima publicada em 1965. Mas a alcunha também tem origem na sua personalidade folclórica, com aversão a fotos e entrevistas. A distância da mídia alimentou a fama de "recluso", sempre rechaçada por amigos e próximos.

Trevisan era acessível e circulava de forma despreocupada pelas ruas de Curitiba. Seu endereço também era conhecido e frequentado por muitos amigos. Durante 68 anos, viveu em uma casa centenária, simples e sem muros, no Centro de Curitiba. Apesar da falta de manutenção e das marcas do tempo, que davam ela uma aura de mistério, estava longe de ser uma fortaleza onde o autor ia se esconder. Em 2021, Trevisan se mudou para um apartamento em uma área agitada do centro da capital paranaense.

Formado em direito pela Universidade Federal do Paraná, ele abandonou a profissão após sete anos e passou a trabalhar na fábrica da família.

Liderou, entre 1946 e 1948, o grupo literário responsável pela publicação da revista Joaquim, que tornou-se símbolo e porta-voz daquela geração de artistas. A publicação reunia escritos de autores como Antonio Cândido, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de ilustrações de Di Cavalcanti e Heitor dos Prazeres.

Os dois primeiros livros de Trevisan, "Sonata ao luar" (1945) e "Sete anos de pastor" (1948), foram renegados pelo autor. Sua estreia "oficial" seria em 1959, com a coletânea de contos "Novelas nada exemplares", pela qual ganhou o Prêmio Jabuti, o mais tradicional do país, no ano seguinte. Ele venceria o Jabuti outras três vezes ao longo da carreira: em 1965 ("Cemitério de elefantes"), 1995 ("Ah, é?") e 2011 ("Desgracida").

Em 2012, o escritor foi eleito por unanimidade vencedor do Prêmio Camões. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

Foi na revista que publicou materiais de suas primeiras obras, como Sonata ao Luar, de 1945, e Sete Anos de Pastor, de 1948.

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