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Prefeitura vai multar em até R$ 2 mil quem cultivar a “dama da noite” 

Planta aromática, a dama da noite virou alvo de veto por abrigar inseto que espalha doença devastadora aos laranjais

Conjuntura Online
30/06/25 às 05h50
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Proibição de murta é positiva para dar segurança sanitária (Foto: Reprodução/Gov)

A famosa “dama da noite”, planta que perfuma quintais e canteiros de Campo Grande, está com os dias contados. A Câmara Municipal aprovou uma lei que veta o plantio, a venda e até o transporte da murta de cheiro (nome científico Murraya paniculata), que virou vilã para quem depende da citricultura.

O motivo? A murta serve de casa para o psilídeo, um pequeno inseto que transmite o greening, praga capaz de destruir plantações inteiras de laranja — como já aconteceu nos EUA e em São Paulo.

Para proteger os pomares sul-mato-grossenses, o projeto determina multa de R$ 1 mil para quem insistir em cultivar a planta dentro da cidade, valor que dobra em caso de reincidência.

A proposta ainda prevê arrancar as mudas que já estão plantadas, começando pelos canteiros e praças públicas e, depois, partindo para quintais particulares. Para começar a valer, a nova regra só depende agora da canetada da prefeita Adriane Lopes.

Segundo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Jaime Verruck, a proibição é um passo decisivo para garantir que Mato Grosso do Sul vire referência na produção de cítricos e atraia ainda mais investimentos. “Campo Grande concentra muitas dessas plantas, e elas colocam em risco nosso projeto de ser um polo citrícola”, frisou Verruck.

A coordenadora de citricultura da Semadesc, Karla Nadai, também reforçou a urgência da lei. Ela explicou que, mesmo longe de pomares, a murta representa perigo, já que o psilídeo pode voar até 5 quilômetros e, levado pelo vento, alcançar 20 quilômetros de distância. “A única forma de proteger as lavouras é eliminar a planta totalmente”, destacou.

A guerra contra a dama da noite começou no ano passado, quando o governador Eduardo Riedel sancionou uma lei estadual proibindo a murta em todo o território de Mato Grosso do Sul. Agora, Campo Grande entra na lista de cidades que reforçam essa barreira, seguindo o exemplo de Três Lagoas e Dois Irmãos do Buriti.

Por trás de toda essa mobilização está o avanço do cultivo de laranja no Estado, que já soma 20 mil hectares de pomares e deve chegar a 30 mil até o fim deste ano. Além da eliminação da murta, o governo também obriga a destruição de pés de laranja que apresentem sinais da doença, ação inédita no Brasil.

Para garantir que ninguém fique na mão, um engenheiro agrônomo contratado em parceria com o FundeCitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) acompanha os produtores de perto, orientando sobre o combate ao greening.

A “dama da noite” até pode ser bonita e cheirosa, mas, para os laranjais de Mato Grosso do Sul, virou sinônimo de risco — e está sendo expulsa sem cerimônia.

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