Depois de semanas de greve, pressão pública e um impasse que expôs fragilidades graves na gestão da saúde, a Prefeitura de Campo Grande finalmente avançou e firmou um acordo para evitar o colapso da principal unidade hospitalar da Capital.
A medida foi construída junto ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), à Santa Casa de Campo Grande e ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços médicos e hospitalares.
O acordo prevê mais de R$ 54 milhões em recursos públicos destinados à Santa Casa nos próximos meses, valor que busca estancar uma crise que já vinha se arrastando e afetando diretamente pacientes, profissionais de saúde e toda a rede de atendimento da Capital.
Do montante total, a Prefeitura de Campo Grande ficará responsável por aportar quase R$ 16 milhões em recursos extras. Desse valor, R$ 5,2 milhões serão repassados diretamente ao hospital em quatro parcelas mensais, entre janeiro e abril de 2026. Além disso, cerca de R$ 10 milhões virão de recursos recuperados em acordos firmados com empresas, reforçando o caixa da instituição.
Os valores serão direcionados, prioritariamente, para a regularização de pendências financeiras, incluindo o pagamento do 13º salário de médicos e colaboradores, além da manutenção dos atendimentos hospitalares, que chegaram a ser comprometidos durante o período de paralisação.
Ao comentar o acordo, a prefeita Adriane Lopes (PP) destacou o esforço conjunto para impedir a interrupção dos serviços. “Estamos repassando recurso novo, somando as ações do Estado, da bancada federal e do Município, mais de 54 milhões de reais para o pagamento de salários e 13º dos médicos e funcionários da Santa Casa, para que o hospital não paralise. Vamos seguindo, fazendo o certo e fazendo o que precisa ser feito pela população”, afirmou.
O termo firmado estabelece ainda regras mais rígidas de transparência e prestação de contas, com fiscalização direta do Ministério Público, numa tentativa de evitar que novos repasses sejam consumidos sem controle e sem resultados efetivos.
Com a liberação dos recursos, a responsabilidade passa a ser da Santa Casa, que deverá restabelecer imediatamente todos os serviços médicos e hospitalares das equipes contratadas, colocando fim à paralisação e devolvendo à população o atendimento pleno que havia sido interrompido.
