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Política

Álvaro Uribe é condenado a 12 anos de prisão na Colômbia

O ex-presidente recebeu a pena máxima após ser considerado culpado de manipulação de testemunhas e cumprirá a sentença em regime domiciliar

Conjuntura Online
01/08/25 às 17h17
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O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe (Foto: AFP)

O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, 73 anos, foi condenado nesta sexta-feira a 12 anos de prisão após ser considerado culpado de manipulação de testemunhas, encerrando uma longa e controversa carreira que moldou a política do país por uma geração.

Uribe afirma ser inocente, alega que seu julgamento é fruto de “vingança política” e deve recorrer da decisão.

A sentença — que deve ser anunciada publicamente ainda nesta sexta, mas foi adiantada pela AFP com base em fontes judiciais — marca a primeira vez na História da Colômbia que um ex-presidente é condenado por um crime.

Uribe governou o país entre 2002 e 2010, liderando uma campanha militar implacável contra cartéis do narcotráfico e a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Apesar das acusações de que teria colaborado com grupos paramilitares de direita na perseguição a guerrilheiros de esquerda, o ex-presidente segue popular e ainda exerce forte influência sobre a política conservadora do país, sendo peça-chave na escolha de líderes partidários.

Ele foi condenado por ter solicitado a paramilitares de direita que mentissem sobre seus supostos vínculos com ele. Na segunda-feira, a Justiça o considerou culpado de duas acusações: interferência em testemunhos e "fraude processual".

Figura dura na política de segurança, Uribe foi aliado próximo dos Estados Unidos e ainda mantém laços com setores da direita americana.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, criticou anteriormente o processo contra o ex-presidente, alegando, sem apresentar provas, que o caso representa “a instrumentalização do Judiciário colombiano por juízes radicais”.

Pesquisas recentes o apontam como o político mais admirado da Colômbia. Em 2019, milhares protestaram em Medellín e na capital Bogotá quando ele foi indiciado pela primeira vez. Nesta segunda-feira, um grupo menor de apoiadores se reuniu diante do tribunal usando máscaras com seu rosto e entoando: “Uribe, inocente!”

A investigação contra Uribe teve início em 2018 e passou por diversas reviravoltas, com vários procuradores-gerais tentando arquivar o caso. O processo ganhou novo fôlego sob o comando da procuradora-geral Luz Camargo, indicada pelo atual presidente Gustavo Petro — ex-guerrilheiro e rival histórico de Uribe.

Mais de 90 testemunhas prestaram depoimento no julgamento, iniciado em maio de 2024. Durante o processo, os promotores apresentaram provas de que pelo menos um ex-paramilitar afirmou ter sido procurado por Uribe para alterar seu depoimento.

O ex-presidente também é alvo de outras investigações. Ele já prestou depoimento a promotores em uma apuração preliminar sobre o massacre de camponeses cometido por paramilitares em 1997, quando governava o departamento de Antioquia, no oeste colombiano.

Uma denúncia também foi apresentada contra ele na Argentina, onde o princípio da jurisdição universal permite julgar crimes cometidos em qualquer lugar do mundo. Essa ação está ligada ao suposto envolvimento de Uribe nas mais de 6 mil execuções e desaparecimentos forçados de civis pelas Forças Armadas colombianas durante seu mandato presidencial. (Com O Globo)

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