Conjuntura - o 1º Site Político de MS
O 1º site político de Mato Grosso do Sul | Sábado, 02 de agosto de 2025
Política

Caiado diz que manter a crise 'interessa a Lula', e Campos defende 

Governador de Goiás e prefeito de Recife encerram semana de debates no jornal entre lideranças políticas sobre polarização e soluções para o futuro do país

Conjuntura Online
01/08/25 às 13h33
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ronaldo Caiado e João Campos são os convidados da série Diálogos O GLOBO nesta sexta-feira (Foto: Júlia Aguiar)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), afirmou que manter a crise do tarifaço "interessa" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma vez que ele teve ganhos de popularidade ao investir na contraposição com o presidente americano Donald Trump.

Em contraponto, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), afirmou que a intenção do petista e do vice-presidente Geraldo Alckmin, seu correligionário no PSB, é resolver a situação. As falas aconteceram durante a mesa de debates Diálogos O GLOBO, mediado pela jornalista Vera Magalhães.

— Essa crise interessa ao Lula mantê-la, porque teve crescimento de popularidade nas pesquisas. Mas essa é uma crise que pode impor a nós sérias consequências econômicas, não pode ficar de brincadeira — disse Caiado.

Em resposta, Campos defendeu a atuação do governo federal e disse que a intenção do grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro é formar uma "cortina de fumaça":

— Lula está com visão muito lúcida disso: sabe que é um absurdo o que foi feito, mas precisa buscar uma alternativa. A questão é que hoje os EUA não querem conversar. O presidente não quer prolongar isso, quer resolver o quanto antes — respondeu Campos — É importante ter clareza, primeiro que eu vejo como cortina de fumaça, ele (Trump) querer atacar as instituições e colocar a responsabilidade no processo do ex-presidente Bolsonaro.

Ao ser questionado sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), Caiado disse que "perderam o limite na dose de ambos os lados", também criticando a decisão do magistrado que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro.

— O remédio que cura é o mesmo que mata. A diferença é a dose. O que aconteceu? Perderam o limite na dose de ambos os lados. Não precisava impor uma tornozeleira e não precisava impor uma Magnitsky. Quando você deteriora o relacionamento, você não tem como analisar a extensão de um dano em relação a outro. Não temos que estar discutindo sintoma, e sim as causas — disse Caiado.

Rompimento definitivo do União com o governo

Durante a entrevista, o Caiado também disse que o seu partido, o União Brasil, deverá romper de maneira definitiva com o governo em breve, após a próxima reunião da executiva da sigla junto. A decisão teria sido tomada junto ao PP.

— A conversa que tive na semana passada com o Antônio de Rueda [presidente do União] e com Ciro Nogueira [presidente do PP] é que a primeira reunião que vamos ter com a executiva deverá ser para a ruptura definitiva do partido com a estrutura de governo. Não dá mais para ficar numa situação híbrida. — declarou Caiado. — Com essa reunião, a gente espera entregar cargos e anunciar que, realmente, a gente vai lançar uma pré-candidatura para disputar em 2026.

Contrário ao governo, Caiado também foi crítico à PEC da Segurança Pública por centralizar atribuições do estados no governo federal, que não saberia tratar do assunto por conta própria.

— A PEC da Segurança veio como presente de Natal para o PCC, tanto é que ela foi retirada por tentar centralizar tudo no governo federal. Segurança pública é atribuição dos governos dos estados. Eles não sabem como controlar isso — declarou o governador.

Diálogos O GLOBO

Na segunda-feira, a estreia ficou por conta do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e do governador gaúcho, Eduardo Leite (PSD). Ambos convergiram em críticas a pautas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o tarifaço de Donald Trump e a ideia de anistia. Em relação ao governo Lula, do qual o prefeito carioca é aliado e o governador gaúcho opositor, eles demonstraram visões distintas, mas ambos cobraram do petista um maior empenho na agenda de corte de gastos, a despeito do aval que dão ao projeto de reforma do Imposto de Renda.

Já ontem, foi a vez dos governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Rafael Fonteles (PT), do Piauí, ficarem frente a frente. Eles manifestaram divergências sobre a crise entre Brasil e Estados Unidos, a despeito da concordância sobre os efeitos econômicos das novas tarifas, um dia após o presidente americano Donald Trump formalizar a medida.

— A ideia é buscar, para além das divergências ideológicas, consensos em temas que serão cruciais para o Brasil dar o salto que precisa em temas como educação, sustentabilidade, responsabilidade fiscal, inovação tecnológica e futuro do trabalho, todos urgentes — afirma a colunista Vera Magalhães, mediadora dos encontros. (Com O Globo)

Últimas em Política
VER TODAS AS NOTÍCIAS
Conjuntura - o 1º Site Político de MS
O 1º site político de Mato Grosso do Sul
Conjuntura Online - Copyright © 2004-2025. Todos os direitos reservados.