Uma movimentação milionária considerada, no mínimo, suspeita chamou a atenção da Agereg(Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) durante análise das contas do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande.
A informação veio à tona, segundo o G1, durante depoimento do ex-diretor-presidente da agência, Odilon de Oliveira Júnior, à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga possíveis irregularidades no transporte público da capital.
“Estudando a contabilidade do consórcio, notei um investimento de longo prazo em uma empresa estranha. Solicitamos uma avaliação técnica e, ao longo da apuração, foi detectado que valores na casa dos R$ 21 milhões haviam sido transferidos. A Agereg, então, oficializou o consórcio pedindo esclarecimentos”, revelou Odilon, ao relatar aos vereadores como surgiu a descoberta.
O dinheiro teria sido destinado à empresa “Cidade dos Ipês” em uma série de repasses fracionados, ocorridos entre 2016 e 2021.
Segundo Odilon, a situação gerou imediatamente desconfiança dentro da agência, que abriu um procedimento para entender os motivos do investimento e qual seria a relação dessa empresa com o transporte coletivo.
Apesar de ter iniciado uma auditoria técnica, o ex-diretor afirmou não saber se o processo foi concluído após sua saída do cargo, em janeiro de 2025. “Ficou dentro do plano de auditoria que elaboramos, mas não sei dizer se, de fato, foi autorizado ou concluído”, disse.
A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande e também o Consórcio Guaicurus, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.
