A Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores) virou alvo de críticas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Deputados questionaram a falta de transparência no uso dos R$ 60 milhões liberados pelo Governo do Estado para quitar dívidas do plano de saúde, após fornecedores denunciarem suposta inadimplência.
Na tribuna, nesta terça-feira (23), o deputado João Henrique (PL) disse ter recebido uma notificação extrajudicial do Servan — entidade que reúne a maioria dos anestesistas — alertando para a suspensão de serviços diante de atrasos de pagamento desde 2021.
“E os R$ 60 milhões que deveriam resolver justamente esses débitos? Onde está esse dinheiro?”, disparou. O parlamentar também relatou que dentistas seguem sem receber os valores combinados em contrato.
Segundo João Henrique, a lei que autorizou o aporte previa prestação de contas ao Tribunal de Contas e à Alems, mas até agora nada foi apresentado. Ele lembrou ainda que o Estado já destinou cerca de R$ 475 milhões à Cassems, equivalentes a 35% da receita da entidade. “Os servidores são obrigados a aderir ao plano e têm direito de saber como o dinheiro público está sendo usado”, reforçou.
O presidente da Mesa Diretora da Casa, deputado Gerson Claro (PP), saiu em defesa do Governo e rebateu parte das declarações. Ele frisou que os valores não são repasses, mas contribuições estabelecidas em lei para o plano de saúde dos servidores.
“Além disso, Mato Grosso do Sul obteve Nota A do Tesouro Nacional em gestão fiscal. Não falta informação, como foi colocado”, afirmou.