A violência que atinge médicos, enfermeiros e demais trabalhadores da saúde em Mato Grosso do Sul levou a Assembleia Legislativa a lançar, na quarta-feira (24), a Frente Parlamentar em Defesa dos Profissionais da Saúde.
A iniciativa é coordenada pela deputada Lia Nogueira (PSDB) e pretende reunir dados, ouvir especialistas e propor medidas concretas para proteger quem está na linha de frente.
O estado ocupa a segunda posição no Centro-Oeste em agressões contra profissionais da saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina.
Somente em 2023, o Coren-MS registrou 60 casos de violência contra a enfermagem, a maioria envolvendo mulheres. Entre os episódios mais graves está o assassinato de um médico em Douradina, morto a facadas por um paciente.
Durante o lançamento, Lia exibiu um vídeo com cenas de agressões em unidades públicas e relatou a urgência da mobilização: em Dourados, profissionais precisaram se trancar em um banheiro para escapar de ataques; em Campo Grande, médicos chegaram a trocar tapas com um paciente. Para a deputada, não se trata mais de exceções, mas de um padrão preocupante.
Representantes de conselhos e entidades de classe reforçaram a gravidade da situação. A presidente do CRM-MS, Luciene Lovatti, destacou que além das más condições de trabalho, agora os profissionais convivem com ameaças constantes. Já o presidente do Coren-MS, Leandro Rabelo, defendeu a criação de leis específicas de proteção e disse que a categoria monitora os casos e pressiona por soluções.
O recado foi unânime: quem salva vidas não pode continuar exposto à violência.
A Frente Parlamentar promete transformar o debate em ações práticas, para garantir segurança, respeito e dignidade aos profissionais e, por consequência, à população que depende do atendimento público.