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Relatório da Comissão Externa sobre crimes na Amazônia sai em 60 dias

A garantia foi dada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS)

23/06/2022 - 06h07

De Brasília 

Senador Nelsinho Trad (PSD-MS) durante reunião do colegiado (Foto: Divulgação )

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), relator da Comissão Externa do Senado Federal sobre a criminalidade na Amazônia, confirmou que os trabalhos serão concluídos em 60 dias, durante a primeira audiência ocorrida ontem.


“Estamos ouvindo as autoridades e lideranças indígenas para concluir sobre as circunstâncias dos assassinatos do ativista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips, que se encontram num contexto de criminalidade na região Amazônica, em especial no Vale do Javari. Queremos respostas”, disse o senador.


Ao questionar o coordenador-geral substituto de Índios Isolados e de Recente Contato, Geovanio Pantoja,  Nelsinho Trad recordou que, ao longo dos últimos anos, a Funai tem sido alvo de críticas por suposto abandono da proteção das terras indígenas e favorecimento de interesses de agentes não-indígenas nessas áreas como garimpeiros, madeireiros, grileiros, caçadores e pescadores ilegais. 


“Em 2019, o próprio Bruno Pereira foi exonerado da Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato e substituído por um missionário. Além disso, a postura anterior da Funai, especialmente com relação aos isolados, que era de contenção e restrição de contato, deu lugar a iniciativas que visam integrar os indígenas à sociedade circundante, mediante desenvolvimento de atividades econômicas nas suas terras como arrendamento e mineração e facilitação do acesso de missionários”, disse. 


Segundo ele, os críticos da atual gestão apontam que esse estado de desproteção e o estímulo à ocupação seriam responsáveis, ao menos parcialmente, pelo aumento da violência contra os indígenas e das invasões de suas terras, além dos ataques às equipes da Funai e do Ibama. 


“Diante dessas críticas, eu pergunto ao representante da Funai: como responde a essas críticas de caráter mais geral, sobre um suposto desmonte da política indigenista? Quero uma resposta porque vamos concluir o nosso relatório”, disse Nelsinho Trad. 


O coordenador-geral substituto de índios Isolados e de Recente Contato, Geovanio Pantoja, mal respondeu a essa pergunta e o presidente da comissão, Randolfe Rodrigues, exigiu que o representante da Funai seja convocado novamente e participe de forma presencial. “O senhor está aqui em Brasília? Falando conosco por via remota! O senhor estar falando daqui, é um desrespeito a essa comissão”, enalteceu Randolfe. 


O presidente do Indigenistas Associados (INA), Fernando Vianna, fez críticas ao trabalho da Funai, recordando que os servidores da região estão em greve e afirmou que há mais crimes envolvidos na região contra o meio-ambiente, citando ainda o comércio de armas com a força do narcotráfico internacional. Também informou à comissão que vem denunciando às autoridades. “O que o MP fez com tantas denúncias que temos feito? É importante esse acompanhamento da comissão, para darmos respostas às famílias e à sociedade”, alertou. 


Sobre essas denúncias, o senador também questionou ao responsável pela Funai se houve procura às autoridades competentes e que providências foram tomadas para proteger os ameaçados.


Representantes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal seriam ouvidos nesta tarde sobre parte dos questionamentos, porém a audiência foi adiada sem previsão de nova data.​

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