A senadora Tereza Cristina (PP-MS) comemorou a ampla rejeição, por parte do Congresso Nacional, ao decreto do governo federal que elevava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A decisão foi consolidada na quarta-feira (25) com a aprovação do PDL 314/2025, que susta os efeitos do Decreto nº 12.499, uma medida que, segundo críticos, ampliaria o custo do crédito no país.
No Senado, onde é líder do PP, Tereza Cristina teve papel ativo nas articulações para derrubar o decreto, considerado por ela um ataque direto ao produtor rural, ao consumidor e à economia nacional.
A senadora não poupou críticas ao Palácio do Planalto, classificando o aumento como "um movimento arrecadatório disfarçado de ajuste fiscal".
Segundo ela, a elevação do IOF afetaria especialmente instrumentos de financiamento agrícola, como as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), essenciais para o funcionamento do setor.
“Não dá para aceitar mais esse peso no bolso de quem produz e de quem consome. Felizmente, o Congresso ouviu a sociedade e respondeu à altura. Não vamos permitir que o agronegócio, que tanto sustenta o Brasil, seja penalizado com tributos injustos”, afirmou Tereza Cristina, em postagem nas redes sociais acompanhada da hashtag Chega de impostos.
A proposta de sustação foi aprovada na Câmara por 383 votos a 98, e depois confirmada no Senado por votação simbólica. A mobilização para reverter a medida contou com apoio de diversos partidos, inclusive de siglas com ministérios no governo Lula, refletindo o mal-estar do Congresso com decisões unilaterais do Executivo na área fiscal.
Tereza Cristina também alertou para o impacto que o aumento do IOF teria na vida das famílias brasileiras, ao encarecer empréstimos, financiamentos e, indiretamente, alimentos. “Se os preços subirem no mercado, a culpa não será do produtor rural, mas de quem tentou taxar ainda mais o sistema que alimenta o Brasil”, alfinetou.
A derrubada do decreto é considerada uma das derrotas mais contundentes do governo no Congresso neste ano. Para analistas políticos, o episódio expôs uma insatisfação crescente entre parlamentares e a retomada da autonomia do Legislativo em temas de impacto direto na vida econômica do país.
Ao lado de outras lideranças do Centrão, Tereza Cristina reforçou que o Progressistas continuará firme contra qualquer tentativa de aumento de impostos que não venha acompanhada de cortes de gastos e maior responsabilidade com o orçamento público.
“Esse foi um recado claro: não se governa por decreto quando o preço recai sobre o povo. O Brasil precisa de previsibilidade e confiança, não de mais carga tributária”, concluiu a senadora.