A Câmara Municipal deve travar, nesta quinta-feira (13), um embate direto com a Prefeitura de Campo Grande. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) protocolou o Requerimento nº 76/2025 exigindo que a prefeita Adriane Lopes (PP) esclareça, sem rodeios, se existe — ou não — dinheiro reservado para pagar o 13º salário dos servidores até 20 de dezembro.
O pedido chega em meio a um cenário fiscal que acende alerta vermelho.
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do quarto bimestre de 2025 expõe um rombo expressivo: enquanto as receitas realizadas até 31 de agosto somam R$ 3,8 bilhões, as despesas empenhadas ultrapassam R$ 5,4 bilhões. A conta não fecha — a diferença é superior a R$ 1,6 bilhão.
Desse total empenhado, cerca de R$ 3,4 bilhões já foram pagos, mas outros R$ 2 bilhões seguem pendentes, o que levanta dúvidas sobre a capacidade financeira da gestão para honrar compromissos básicos com o funcionalismo.
Para Luiza Ribeiro, o quadro é preocupante o suficiente para justificar a cobrança de transparência.
A parlamentar afirma que a Prefeitura não demonstra ter feito a provisão antecipada necessária para garantir o 13º, levantando o risco de atrasos, parcelamentos ou manobras que prejudiquem milhares de servidores e suas famílias — um filme repetido que a cidade já viu em outras gestões.
A petista também critica a reforma administrativa aprovada em dezembro de 2024, que prometia contenção de gastos, mas que, segundo ela, “não apresentou resultados concretos”. Apesar do aperto e dos cortes, não há sinais de melhora capaz de assegurar tranquilidade na reta final do ano.
O requerimento deve ser votado na sessão ordinária desta quinta-feira. Se aprovado, a prefeita será formalmente instada a explicar, com detalhes, onde está o dinheiro, quais provisões foram feitas e que medidas a administração tomou para evitar que o 13º salário se transforme no próximo problema político da gestão.
