Em entrevista à Rádio Capital, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou ser favorável à revisão das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, defendendo a dosimetria como instrumento de justiça com equilíbrio e função pacificadora.
Segundo o senador, o termo “anistia” foi contaminado pela polarização política, enquanto a ideia de dosimetria oferece um caminho mais prudente.
Para ele, o objetivo não é “justiçamento”, mas racionalidade: um mecanismo capaz de pacificar sem apagar responsabilidade.
Nelsinho Trad ressaltou ainda que não defende a impunidade. “Não quero passar a mão na cabeça de quem fez malfeitos”, afirmou.
O parlamentar ponderou que, em sua avaliação, houve condenações acima da medida. Ele citou casos de penas de 12, 13, 14 ou até 15 anos aplicadas a pessoas que não atuaram como protagonistas.
“Teve muita gente ali que não merecia esse tempo de cadeia porque estava no meio de outros que estavam fazendo algum malfeito”, disse.
O senador fez distinção entre perfis de responsabilização. Defendeu rigor para os suspeitos de planejar crimes graves, atentados contra a vida ou ações estruturadas — e tratamento diferenciado para quem não teve participação ativa.
“Esses que realmente fizeram aquilo que não pode ser feito precisam ser exemplo e não podem ser colocados no mesmo grupo daqueles que não participaram ativamente”, concluiu.
