A pesquisa Genial/Quaest divulgada na terça-feira (16) mostra que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se consolida como o nome mais competitivo da direita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um contexto de desgaste crescente da atual gestão, marcada por avaliações negativas, críticas à condução administrativa e sucessivas controvérsias políticas.
No cenário de segundo turno entre Lula e Flávio Bolsonaro, o presidente aparece com 46% das intenções de voto, enquanto o senador soma 36%.
Na rodada anterior da pesquisa, Lula tinha 48%, contra 32% de Flávio, indicando queda do petista e avanço consistente do parlamentar, com redução da diferença de 16 para 10 pontos percentuais.
Analistas políticos associam esse movimento ao ambiente de insatisfação com o governo federal, impulsionado por denúncias envolvendo a administração pública, críticas sobre a condução econômica e questionamentos relacionados a investigações que atingem órgãos federais.
Entre os temas que alimentam esse desgaste estão denúncias de irregularidades, incluindo o roubo de R$ 6,3 bilhões dos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, além de problemas recorrentes em estatais, como os Correios, frequentemente citados por opositores como exemplo de má gestão.
O desempenho de Flávio Bolsonaro supera o de outros nomes da direita testados pela Quaest. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece com 35%, enquanto Ratinho Júnior (PSD) registra 36%. Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) recuou para 33%, cenário em que Lula alcança 44%.
No primeiro turno, Flávio também se destaca frente aos governadores, reforçando sua posição como principal alternativa do campo conservador. Esta é a primeira pesquisa da Quaest que não inclui o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje inelegível, e passa a testar o senador como herdeiro político direto do bolsonarismo, indicado publicamente pelo pai.
Repeteco
O cenário remete ao processo eleitoral de 2018, quando Jair Bolsonaro iniciou a corrida presidencial atrás de adversários tradicionais e cresceu ao longo da campanha, embalado pelo desgaste do petista à época e pelo discurso anticorrupção, até vencer o segundo turno.
A pesquisa também avaliou a percepção dos eleitores sobre o embate político envolvendo o chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para 54% dos entrevistados, Lula e o PT se saíram melhor na condução do tema, enquanto 24% avaliam que Bolsonaro e seus aliados tiveram melhor desempenho.
O levantamento ouviu 2.004 pessoas, entre 11 e 14 de dezembro, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
