Câmeras de segurança da rua Itambé, em Higienópolis, flagraram o momento em que o advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco foi abordado e agredido por um casal de ladrões de celulares minutos antes de ser encontrado morto, no Centro de São Paulo. O vídeo acima mostra como foi.
Os registros obtidos pela polícia mostram Pacheco saindo de um bar da região e aguardando a chegada de um carro por aplicativo na madrugada de terça-feira (31).
Segundo o g1 apurou, os investigadores do 4° Distrito Policial da Consolação afirmaram aos amigos e familiares do grupo Prerrogativas, que Pacheco foi vítima de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte. A informação foi confirmada pela SSP (Secretaria de Segurança Pública).
"A investigação apura a dinâmica da ocorrência e o possível caso de latrocínio. Diligências estão em andamento, inclusive com a análise de imagens para o total esclarecimento dos fatos", diz a pasta.
Os investigadores afirmam que, ao ter tomado um soco do ladrão, Pacheco caiu e teria batido a cabeça, ficando desacordado.
O casal de ladrões fugiu levando o celular dele, o relógio e a carteira com os documentos pessoais.
O criminalista foi socorrido por uma pessoa que passava na área e acionou a Polícia Militar o SAMU, o serviço médico de emergência da capital paulista. Ela narrou aos policiais que Pacheco parecia estar com falta de ar e tendo um ataque epilético, diz o boletim de ocorrências.
O advogado do Grupo Prerrogativas, ainda vivo, foi encaminhado para a Santa Casa de São Paulo, no Centro, onde ele faleceu sem nenhum documento de identificação.
Pacheco ficou 36 horas desaparecido e a identidade dele só foi descoberta por exames de identificação digital do Ricardo Gumbleton Daunt, após a morte na Santa Casa.
A tese agora trabalhada pelos investigadores é que Pacheco tenha batido as costas e a cabeça na queda, ficando desacordado ou com algum sintoma como epilepsia de trauma.
Os investigadores dizem que ainda vão ouvir outras testemunhas para entender todos os passos de Luiz Fernando Pacheco na noite do desaparecimento.
Após a descoberta dos vídeos, os policiais descartam - por ora - a possibilidade dele ter sido vítima de intoxicação por metanol, uma vez que, minutos antes do desaparecimento, ele teria brincado no grupo de amigos do Prerrogativas que “teria tomado metanol” naquela noite do desaparecimento.
Depois que ele mandou as mensagens no grupo e parou, os amigos ficaram preocupados. Ligaram no celular, na casa, portaria. Eles passaram a madrugada tentando encontrá-lo.
Acharam até que podia ser sequestro. Ao não encontra-lo em lugar nenhum, registraram um boletim de ocorrência de desaparecimento.
O advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador-geral do Prerrogativas, disse que o amigo era "um dos advogados mais brilhantes, capacitados, sensíveis, generosos e ético do país". Ele afirmou em nota que o grupo "não aceita que este episódio lamentável seja convertido em mais um dado estatístico".
"O Grupo Prerrogativas está de luto. E a advocacia também. Perdemos um de nossos sócio-fundadores. Um dos mais brilhantes, mais generosos, mais solidários e mais combativos advogados do país. Seguirá nos inspirando e vivendo no melhor de cada um de nós. Mais um latrocínio ao que parece. As circunstâncias desta morte violenta e inaceitável devem ser rigorosamente apuradas. Não aceitaremos que este episódio lamentável seja convertido em mais um dado estatístico", declarou. (Com TV Globo e g1 - SP)