Enquanto o STF leva adiante o julgamento que trata da suposta tentativa de golpe de Estado, parlamentares de oposição denunciam que todo o processo não passa de uma narrativa construída para condenar Jair Bolsonaro (PL) e enfraquecer suas bases eleitorais.
A articulação, segundo oposicionistas, teria a chancela do governo Lula e o apoio direto do ministro Alexandre de Moraes, acusado de extrapolar suas funções e agir politicamente desde a campanha presidencial de 2022.
Nesse cenário, a mobilização no Congresso ganhou fôlego. Deputados e senadores alinhados ao ex-presidente articulam uma proposta de anistia geral, que não só beneficiaria os presos pelos atos de 8 de Janeiro, mas também Bolsonaro e outros investigados em inquéritos conduzidos pelo STF, como o das fake news.
O movimento tem se ampliado com a participação de partidos que recentemente romperam com o governo, como União Brasil e PP, além do Republicanos, comandado em São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas, que assumiu papel de destaque nas negociações. Tarcísio, segundo aliados, se reuniu de forma reservada com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-SP), e com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), em defesa da proposta.
A oposição acusa Moraes e outros ministros de atuarem em sintonia com Lula e setores da esquerda, sustentando um processo de condenações já “carta marcada”, enquanto silencia diante de escândalos que envolvem figuras ligadas ao PT, como o rombo bilionário no INSS.
Para os líderes do PL, a anistia é a resposta política a um julgamento considerado parcial. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) garantiu que já há mais de 300 votos favoráveis na Câmara. “Se a gente quer zerar o Brasil, tem que ser anistia geral”, disse, reforçando que a proposta deve alcançar também os investigados no inquérito das fake news.
No Senado, o entendimento é de que o texto da Câmara será a base para avançar. O senador Marcos Rogério (PL-RO) descarta qualquer alternativa “light” que limite a anistia apenas a parte dos réus do 8 de Janeiro. Para ele e outros opositores, o foco é derrubar de vez a narrativa que busca incriminar Bolsonaro e sua base, consolidando o projeto da esquerda em manter Lula no poder.