O julgamento que pode levar à cassação dos mandatos da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e de sua vice, Camila Nascimento (PP), por suspeita de compra de votos, foi adiado para o dia 27 de maio, informa o portal de notpicias Vox MS.
De acordo com a publicação, o motivo foi um pedido de vista apresentado pelo juiz Márcio de Ávila Martins Filho, recém-empossado no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) no último dia 10, ocupando a vaga da advocacia.
O magistrado justificou que, diante da complexidade do processo — que reúne vídeos, áudios, depoimentos e até comprovantes de pagamentos via PIX a eleitores —, precisa de mais tempo para analisar os autos.
Na sessão desta terça-feira (20), apenas o relator, juiz Alexandre Antunes da Silva, votou, se posicionando pela manutenção da sentença de primeiro grau que absolveu Adriane e Camila, portanto, contra o pedido de cassação.
O procurador regional eleitoral, Luiz Gustavo Mantovani, entretanto, defendeu a cassação, apontando que há fartas provas de captação ilícita de votos. No parecer, reforça que as provas mostram que a prefeita tinha conhecimento das práticas, citando depoimentos que relatam reuniões onde houve pagamentos, inclusive na presença de assessores ligados a Adriane.
Apesar disso, o juiz de primeira instância, Ariovaldo Nantes Corrêa, que absolveu as acusadas em janeiro, reconheceu que ficou demonstrada a prática de compra de votos, mas entendeu que não ficou comprovada a participação direta ou indireta de Adriane e Camila nos atos, decisão agora questionada no TRE-MS.
O julgamento segue aberto e será retomado no dia 27, quando o pedido de vista será devolvido e os demais membros da Corte irão votar.