Jorge Sampaoli foi oficialmente apresentado pelo Atlético-MG à torcida e imprensa para a segunda passagem do treinador pelo clube. O evento ocorreu na sala de imprensa da Arena MRV, neste sábado, antes do primeiro treino do técnico no estádio.
Sampaoli foi anunciado pelo Atlético na última terça-feira. Desde quarta-feira, quando a equipe se reapresentou, o argentino vem comandando os treinos na Cidade do Galo. O treinador, que chegou a receber uma proposta para retornar ao Santos, explicou por que decidiu voltar ao Atlético.
- Analisando plantel, a características dos jogadores. O perfil, com a maneira que eu sinto o futebol. Tenho um grande carinho pelo Santos e por esse clube. Em 2020, o time jogou como eu queria. Vamos tentar mudar a forma de jogar - disse o treinador.
As conversas entre Sampaoli e Atlético intensificaram após a negociação com Martín Anselmi ser encerrada. Sem o treinador ex-Porto, o Galo procurou o argentino e realizou uma reunião, virtual, na manhã de terça-feira. O nome era o preferido de parte da torcida, que chegou a estender faixas em Belo Horizonte, solicitando a contratação.
A estreia de Sampaoli vai um jogo inédito no comando do Atlético. Na próxima quinta-feira, no Mineirão, o treinador vai disputar o primeiro clássico à frente do Alvinegro. O argentino tem a difícil missão de reverter um placar de 2 a 0, sofrido contra o Cruzeiro, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, tentando a classificação às semifinais da competição.
- É importante implementar rapidamente a mudança de atitude. Percebemos o grupo com muita expectativa. Trabalhamos (até agora) poucos dias, mas muito tempo. Tentaremos mudar essa dinâmica negativa do Atlético hoje para atender o desejo da torcida. Expectativa para mudar rapidamente esta realidade e levar o Atlético, por sua torcida, ao mais alto (nível) possível.
Na primeira passagem do argentino pelo Alvinegro, houve uma série de conflitos internos. Alguns jogadores, que foram comandados por Sampaoli, falaram sobre a relação. Funcionários do clube também citavam dificuldade no trato com o comandante. O treinador deu a versão dele sobre o assunto.
- Sinto o futebol de uma maneira muito exigente. São muito exigentes comigo e com o resto (das pessoas). Há melhores formas de sentir que represento a um escudo, a uma camisa. Não é o mesmo que algum jogador, que algum empregado. Minha exigência é muito alta, sempre, comigo e com o resto. Alguns gostam, alguns não gostam. Não tem a ver com educação, tem a ver com sentimento.
- Para a vida de um treinador hoje a exigência e a urgência de vencer fazem todos os sentidos convergir nisso, e quem não está (pensando assim) seguramente terá diferença comigo. É uma questão de ver a realidade. (...) A exigência é muito grande. A pessoa pode ver que este é um esporte sem nenhum tipo de consequência, mas para mim tem.
Este será o quarto trabalho de Jorge Sampaoli no Brasil - o segundo no Atlético. Na primeira passagem, em 2020, ele comandou a equipe por 45 partidas: conquistou 26 vitórias, empatou nove vezes e sofreu 10 derrotas. Venceu o Campeonato Mineiro e ficou na terceira colocação do Brasileiro. Devido à pandemia da Covid-19, Sampaoli não disputou nenhuma partida com a presença da torcida nos estádios. (Com ge - Belo Horizonte)